quinta-feira, 31 de março de 2011

Por que a estética de um texto é tão importante?

Por que a estética de um texto é tão importante?

Perguntar por que a estética textual é importante em um texto é o mesmo que perguntar por que tomamos banho, lavamos ou escovamos os dentes? É uma questão de cuidado e se a pessoa não costuma fazer isso, é tida como desleixada.

Com a redação também é assim: a impressão que dá quando o corretor vê um texto contínuo, sem pontuação e sem paragrafação, é a de que o escritor não teve o mínimo cuidado ao escrever o texto e tampouco estava se importando com o leitor. É como acontece quando alguém vai receber uma visita em casa e não se importa em deixar as coisas arrumadas.

Além disso, a estética também é quesito de pontuação em qualquer processo seletivo, claro, pois ninguém gosta de ler um texto mal organizado, nem mesmo os que são pagos para isso!

Então, vejamos o que você precisa verificar quanto ao visual de sua redação:

Primeiramente, observe o título e confira se o mesmo está escrito com letra maiúscula inicial, independente do que seja (artigo, preposição). Por exemplo: A abelha Léia. Claro, nomes próprios ou de lugares e siglas são escritos obrigatoriamente em letra maiúscula. Lembre-se que título não possui pontuação final!

Em segundo lugar, veja se todos os parágrafos possuem o espaçamento devido (largura de um dedo) e se todos estão na mesma altura. A paragrafação é fundamental, pois estabelece a estrutura visual que aponta para a divisão obrigatória do texto dissertativo: introdução, desenvolvimento e conclusão. Temos que o parágrafo inicial é a introdução, o último a conclusão e os demais são as argumentações que fazem parte do desenvolvimento.

O mínimo de parágrafos proposto a uma dissertação é de três, um para cada parte do texto. Contudo, é bom seguir o mínimo de 15 linhas e máximo de 30, adotados pela maioria dos vestibulares.
Em terceiro, observe se as ideias estão divididas de acordo com a distinção entre elas, ou seja, para cada nova abordagem, um novo parágrafo. Contudo, é necessário que exista uma ligação entre os argumentos expostos, caso contrário, a coesão não existirá.

Como quarto item, não rasure! Contudo, caso aconteça, faça um risco em cima da palavra e coloque-a entre parênteses.

Por último, observe atentamente sua letra, pois ela é o cartão de visita! Verifique se há alguma letra que não está legível! Não tenha você por base, coloque-se no papel de um leitor que nunca viu um texto seu e analise os termos que realmente podem causar equívocos! Se achar melhor, escreva em letra de fôrma, pois também é aceita em concursos.

Lembre-se que a ilegibilidade pode anular sua redação!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre o uso do pronome indefinido "todo"

Sobre o uso do pronome indefinido "todo"

É dúvida constante entre os leitores o correto uso de expressões como "todo dia" e "todo o dia", por exemplo. Em suma, o artigo é necessário ou não?

. Quando dizemos "todo dia", sem artigo, estamos fazendo referência a todos os dias, à seqüência dos dias, um dia após o outro. Já a construção "todo o dia" alude ao dia em sua totalidade, ou seja, trata-se, então, do dia inteiro. Assim, se alguém trabalha todo dia, é sinal de que labuta todos os dias, mas, se trabalha todo o dia, é sinal de que trabalha o dia inteiro.


Feita essa distinção, como lidar com a expressão "todo mundo"? A expressão não se refere a mais de um mundo (ou "qualquer mundo"). Antes alude a todas as pessoas, ou seja, ao mundo inteiro. Nesse caso, o ideal é empregar "todo o mundo" no sentido de "todas as pessoas". É importante lembrar que, estando o pronome no plural ("todos" ou "todas"), inexiste o problema. O artigo será obrigatório antes do substantivo que estiver no plural. Assim: "Todos os dias, faço exercícios físicos", "Todas as pessoas sabem disso" etc.
Será omitido, entretanto, o artigo quando o pronome indefinido (no plural) estiver antecedendo um numeral substantivo. É o que se observa na letra da cantiga de roda "Teresinha": "Teresinha de Jesus, de uma queda foi ao chão/ Acudiram três cavalheiros, todos três chapéu na mão".

"Três", na expressão "todos três", quer dizer "três homens", "três cavalheiros". Daí ser um numeral substantivo. Caso fosse um numeral adjetivo, ou seja, caso modificasse um substantivo, a orientação seria outra. Observe a seguinte frase: "Todos os três homens ofereceram-lhe ajuda". O artigo volta a ser obrigatório quando o numeral antecede um substantivo. Na verdade, o artigo, bem como o numeral "três", determina o substantivo "homens". Enfim, quando está sozinho, o numeral não admite anteposição de artigo, mas, quando antecede o substantivo, exige-a. Com um pouquinho de atenção, fica fácil empregar o pronome "todo" e suas variações.

A dupla negativa e o pronome indefinido "todo"

A dupla negativa e o pronome indefinido "todo"

Sobre a dupla negativa

"Não fiz nada." "Não vi ninguém." Essas são frases comuns no dia-a-dia, mas suscitam o questionamento de muitos leitores, que, apoiados num raciocínio lógico, consideram impróprio negar duas vezes. Argumentam que dizer que "alguém não fez nada" significa dizer que "alguém fez alguma coisa". Quem não viu ninguém viu alguém.

Pode o raciocínio ter lógica, mas não é assim que funciona a língua. Em português, a negativa antecede o verbo, de modo que não temos de afirmar antes de negar. Vale aqui um parêntese: há regiões em que se registram, sobretudo na fala, expressões do tipo "Fiz não", "Sei não" etc., em que a negativa se coloca depois do verbo.

São, entretanto, construções mais comuns na oralidade e é possível que decorram do encolhimento de uma construção enfática do tipo "Não fiz, não", "Não sei, não", em que a segunda negativa tem mais realce que a primeira.

Fechado o parêntese, observamos que, na norma culta, o comportamento da língua é o de a negativa anteceder o verbo. Daí o fato de não se ouvirem sistematicamente construções do tipo "fiz nada" ou "vi ninguém". Ocorre, isto sim, a dupla negativa, que tem valor enfático ("Não fiz nada", "Não vi ninguém").

No caso de uma inversão sintática, uma só negativa é suficiente: "Nada fiz", "Nada sei sobre isso"; Na ordem direta, todavia, a negativa se repete: "Não sei nada sobre isso".

Essa dupla negativa nada tem a ver com outra, esta sim, problemática. Há verbos no português que têm sentido negativo: é o caso de "impedir" ou de "evitar", por exemplo. "Impedir" é não permitir, "evitar" é fazer que não aconteça.

Se não impedimos que uma coisa aconteça, essa coisa efetivamente acontece; se não evitamos que uma coisa ocorra, essa coisa ocorre. Nesse tipo de construção, a palavra negativa antepõe-se a um termo de significado negativo e, dessa maneira, nega-se a negação, produzindo-se uma afirmação.

O falar de todos os dias e as figuras de linguagem

O falar de todos os dias e as figuras de linguagem

Engana-se quem imagina que as figuras de linguagem não aparecem nas construções próprias da fala cotidiana. Ao contrário disso, é nesse espaço de expressão que muitas delas têm seu campo mais fértil.

Pode acontecer de não nos darmos conta de que estamos usando uma figura. A catacrese e a metonímia, por exemplo, nem sempre estão a serviço da poesia ou da publicidade e, por isso mesmo, acabam passando despercebidas.

A catacrese é uma espécie de metáfora obrigatória. Figura de substituição, aparece quando um termo é posto no lugar de outro com o qual guarda relação de analogia, tal qual uma metáfora, mas com uma peculiaridade: seu uso está ligado a uma necessidade de adaptação decorrente, em geral, da falta de um termo próprio para a expressão.

É a catacrese que usamos em expressões como "orelha de livro" ou "dente de alho". O termo "engarrafamento", usado para designar o congestionamento de automóveis, ou o verbo "embarcar", usado no sentido de entrar no carro, no avião ou no trem, são exemplos de catacrese.Já a metonímia é uma figura, também de substituição, mas que parte de uma relação de contigüidade, não mais de analogia. Um termo é substituído por outro com o qual mantém estreita relação. Morar sob o mesmo teto é um exemplo de metonímia. As pessoas moram na mesma casa, que, reduzida a uma de suas partes, converte-se em teto. Daí surge a expressão "sem-teto", por exemplo, que quer dizer "sem casa para morar".

Empregar a parte no lugar do todo é um tipo de metonímia a que comumente se chama sinédoque. O termo metonímia, no entanto, é mais amplo. Pode englobar outras relações, das quais uma das mais freqüentes é a de continente e conteúdo.
Ao dizer que tomou uma taça de vinho, a pessoa não está querendo dizer que ingeriu a taça; naturalmente, ingeriu a bebida contida nela. O núcleo do objeto direto do verbo "tomar", entretanto, é a taça, não o vinho. Toma-se o continente (aquilo que contém algo) pelo conteúdo. Esse processo é bastante freqüente na linguagem do dia-a-dia. Ao abastecermos o carro com vinte litros de combustível, ao executarmos uma receita culinária que requer duas xícaras de farinha, ao comprarmos dez metros de tecido, ao sugerirmos que a criança não veja mais que duas horas de televisão por dia, ao relatarmos que o criminoso foi condenado a dezoito anos de prisão ou mesmo, no bar, ao pedirmos uma dose de uísque estamos fazendo uso da metonímia.

A medida --seja espacial (o continente), seja temporal-- substitui o termo, por assim dizer, exato ou próprio. Na verdade, nós abastecemos o carro com combustível, a receita culinária requer farinha, compramos tecido, a criança vê ou não televisão, o criminoso é condenado à prisão, o que pedimos no bar é uísque e assim por diante.

Hoje se tornou muito comum, sobretudo na linguagem da imprensa, medir distâncias pelo tempo de chegada por um ou outro meio de transporte. Numa frase como "Daqui até lá, são duas horas de viagem", também encontramos a metonímia. A medida temporal (duas horas) passa a ser o núcleo do sintagma.

Em linguagem referencial, diríamos que se trata de uma "viagem de duas horas de duração" ("viagem" é o núcleo); com a metonímia, dizemos que se trata de duas horas de viagem ("duas horas" é o núcleo).

São muitos os exemplos do cotidiano. Vale a pena observar a riqueza da linguagem de todos os dias, verdadeiro receptáculo da criatividade.

terça-feira, 29 de março de 2011

Interpretação de texto para concurso público

Interpretação de texto para concurso público
Antes de iniciar a leitura de um texto, faça uma pré-leitura, também conhecida por leitura diagonal.

1º Leia inicialmente os títulos e subtítulos do texto;

2º Examine rapidamente os negritos, as tabelas, os gráficos, as fotos e as palavras em destaque;

3º Leia os parágrafos iniciais do texto ou dos seus capítulos e dê uma rápida olhada nos parágrafos finais.

4º Analise se o texto é de seu interesse e qual a finalidade da sua leitura;

5º Se for do seu interesse, inicie a sua leitura.

Exercício
Selecione alguns textos e utilize essas técnicas, repetindo-as até que se tornem automáticas. Isso lhe facilitará na compreensão do material lido, além de proporcionar maior dinamismo à sua leitura.

O uso do Eu ou Mim

O uso do Eu ou Mim
Banalização do Pronome Oblíquo Mim


Muitas pessoas condenam o pronome mim por acharem-no incorreto ou inculto. O pronome mim faz parte dos pronomes dos oblíquos tônicos, são eles: mim, ti, si, ele (a), nós, vós, eles (as).

Para se ter ideia, não há a menor necessidade em inibir o pronome mim antes de verbos como custar, bastar, faltar e restar, pois estes verbos exigem a preposição “a”. Desta forma, mesmo que estes verbos estejam à frente do pronome mim, o seu emprego é correto, uma vez que o pronome mim não será sujeito destes verbos.

Uma forma de julgar se o emprego de “mim” é ou não correto, pergunta-se à frase “quem ou o quê”, achando assim o sujeito. Depois, é só verificar se na resposta não o aparecer, pois se aparecer não deverá ser empregado, pois “mim” não pode ser sujeito de uma oração.

Portanto, em casos como estes, devemos empregar o pronome tônico do caso reto “eu”, ou seja, empregá-lo sempre que for sujeito de um verbo.

De uma forma geral, não utilize mim quando for sujeito de um verbo no infinitivo, ou seja, em verbos terminados em ar, er ou ir.


Para entender melhor, atente para as situações expostas a seguir:

Só saia daqui quando mim disser. Neste caso, perguntamos “quem” e, como resposta, teremos “mim”, ou seja, um pronome oblíquo tônico sendo o sujeito do verbo dizer, ou seja, colocação pronominal incorreta.

Só saia daqui quando eu disser. Neste caso, ao perguntarmos “quem”, teremos como resposta, o pronome “eu”, colocação pronominal correta.

Aprenda mais sobre a vogal temática.

Aprenda mais sobre a vogal temática.
É a vogal que caracteriza o tema, ou melhor, é a vogal que possibilita a palavra de receber as flexões
A vogal temática pode ser:
a) verbal
b) nominal
VOGAL TEMÁTICA VERBAL
Pode ser:
- A - para os verbos da 1ª conjugação cantAr
- E - para os verbos da 2ª conjugação vendEr
- I - para os verbos da 3ª conjugação partIr
VOGAL TEMÁTICA NOMINAL PODE SER
- A - casA
- O - livrO
- E - doentE
Entretanto, quer para os verbos, quer para os nomes, há formas atemáticas:
pres. do subj. - cant - e - para a 1ª conjugação
vend - a - para a 2ª conjugação
part - a - para a 3ª conjugação
nomes terminados por vogal tônica:
pé, rapé, sofá, caju, saci, cipó e outros

segunda-feira, 28 de março de 2011

Aula grátis para concurso - gerúdio

Gerúndio - Aula para concurso público totalmente grátis.
O gerúndio apresenta duas formas: a simples (saindo, ganhando)
e a composta (tendo ou havendo saído, ganhado). A forma simples expressa uma ação em curso e a composta, uma ação concluída:
Saindo de casa, a chuva desabou.
Tendo saído tarde, atrasou-se.


Usos
1. Define uma circunstância adverbial
(causa, tempo, modo, meio, condição, concessão etc.):
Podendo, sairei mais cedo.
Estando doente, não podia trabalhar.

2. Modifica um substantivo ou palavra substantivada:
Observei o menino estudando atentamente.
Havia gente saindo por todo lado.
Pode ser substituído pela expressão com o pronome que
(que estudava, que saía) ou pelo infinitivo com a preposição a
(a estudar, a sair).

3. Nas locuções verbais, como predicativo e como aposto do sujeito: Estive trabalhando muito.
Ela vive bebendo.
As crianças, vendo a mãe chegar, encerraram a brincadeira.

4. Com a preposição em:
Em se tratando de política, João dominava o assunto.


ATENÇÃO! Observe quando não se deve usar o gerúndio:

1. Nos casos em que ele equivale a uma oração adjetiva (exprime uma qualidade do substantivo e pode ser substituído por que mais indicativo ou subjuntivo):
Necessita de uma secretária falando espanhol.
(correto: que fale)
Procurava um automóvel contendo ar-condicionado.
(correto: que contivesse)

2. Nos casos em que o gerúndio pode ser substituído
pelas preposições de ou com:
Um candidato tendo doutorado. (com)
Um apartamento dispondo de três dormitórios. (de, com)

3. Com infinitivo flexionado: Devendo serem feitos reparos.
(Use: Devendo ser feitos reparos).


Além disso, evite o uso exaustivo do gerúndio e NUNCA – nunca mesmo! – adote o abominável "gerundismo" como prática: Vou estar falando com você amanhã. Quero estar dando isso a ele ainda hoje. Pretendo estar telefonando ao chefe mais tarde. Basta: Vou falar, Quero dar e Pretendo telefonar.

domingo, 27 de março de 2011

alofone - Variante fonética de um fonema

alofone

Variante fonética de um fonema. Os alofones são as realizações fonéticas de um mesmo fonema, variação essa que é condicionada por fatores contextuais (inerentes à vizinhança fonética ou coarticulação), dialetais (em função da variedade geográfica que é falada) ou que simplesmente decorre de opções estilísticas individuais.
São exemplos de alofones condicionados pelo contexto, as realizações do fonema /s/ marca de plural, que se realiza através de três fones diferentes, do seguinte modo:

- [S] antes de consoante surda ou em posição final absoluta:
- [Z] antes de consoante sonora:
- [z] antes de vogal: .

Assim, [S], [Z] e [z] constituem alofones ou variantes fonéticas do fonema /s/ marca de plural, ocorrência que pode ser descrita através de regras fonológicas.
São exemplos de alofones condicionados pela variante dialetal as realizações fonéticas do grafema e do correspondente fonema /S/, em algumas regiões do nordeste de Portugal, que são articulados quer como uma africada [tS] em , por constraste com uma articulação palatal simples [S] na variante do português padrão. Assim, dialetalmente podemos dizer que [tS] e [S] são alofones do fonema /S/.
Constituem ainda exemplos de variantes estilísticas ou livres, por resultarem de opções individuais, as realizações do fonema /R/ através dos alofones [R] (vibrante uvular múltipla) ou [ÿ] (vibrante alveolar múltipla), em palavras como ou .

sábado, 26 de março de 2011

Até as 22h ou até às 22h?"O resultado das eleições

Até as 22h ou até às 22h?"O resultado das eleições será conhecido até as 22h".
A maioria dos estudantes, ao escrever uma frase parecida com a apresentada no título, ficaria em dúvida quando a colocar ou não o acento grave indicador de crase em "as 22h". Acredito que colocariam o acento. Vamos à explicação: o vocábulo crase provém do grego krâsis, cujo significado é ação de misturar, mistura de elementos que se combinam num todo. Para nós, lusófonos, é a contração da preposição a com os artigos definidos a, as ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo:
•a + a = à
•a + as = às
•a + aquele = àquele
•a + aqueles = àqueles
•a + aquela = àquela
•a + aquelas = àquelas
•a + aquilo = àquilo
Vejamos alguns exemplos:
1. "Nunca obedeci àquele homem, pois não o respeito" (quem obedece, obedece a alguém);
2. "Assisti à peça teatral escrita por Mário Bortoloto" (quem assiste, no sentido de ver, assiste a algo);
3. "Não aspiro àquela vaga, mas à que foi ocupada por Oriolando" (quem aspira, no sentido de desejar muito, aspira a algo);
4. "Cheguei ao cinema às 19h50" (chegar, ao indicar hora exata, exige a preposição a).
Ocorre, porém, que, em muitas situações, outra preposição é usada, e não o a. Quando isso ocorrer, não haverá o acento indicador de crase, em virtude da falta da preposição a. Vejamos alguns exemplos:
1. "Cheguei após as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição após;
2. "Estou aqui desde as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição desde.
Há, porém, uma preposição que admite a preposição a ao seu lado: é a preposição até. Vejamos alguns exemplos:
1. "Ontem, fomos até o parque caminhar" (ou até ao parque);
2. "Dormi até o meio-dia" (ou até ao meio-dia).

Neologismo - Inovação lingüística

Neologismo - Inovação lingüística que se pode apresentar sob a forma lexical (vocabular) ou sintática (frasal). O neologismo lexical pode constituir-se de:
a) significante (forma fônica) novo associado a conceito novo, como radar;
b) significante novo e conceito já existente, a exemplo de inverdade;
c) significante já existente e conceito novo: zebra (resultado improvável em partida de futebol;
depois, o significado incluiu “qualquer acontecimento inesperado”).

Os neologismos muitas vezes constroem-se com auxílio dos mecanismos usuais de produção lexical, como a composição (justaposição, aglutinação, prefixação) e a derivação, geralmente por sufixação, como petismo (de PT) e pefelista (de PFL).

Os estrangeirismos, como o inglês chip (circuito integrado), também são considerados formas neológicas e aí se incluem os decalques, ou seja, significados tomados a outros idiomas por determinada língua, a qual os associa a formas fônicas vernáculas. Assim, em português, são neologismos por decalque os empregos de oficial com sentido de “autoridade” (do inglês official), como em “Oficiais indianos informaram que a situação está sob controle”, em que não se faz referência a militares; celebrar no sentido de “comemorar”, como em “Celebramos em 2004 os 150 anos da fundação de Barretos”, ou com o sentido de “homenagear”, como em “Celebrar a paz” (do inglês celebrate), pois originalmente essa palavra tinha o sentido de “realizar com solenidade” ou “oficiar”; ainda com o sentido de “homenagear”, notamos outro decalque: tributo (do inglês tribute), como em “Tributo a Jimmy Hendrix”, já que essa palavra tem tradicionalmente no português o sentido de “imposto”; seguir com o sentido de “continuar” (do espanhol seguir), como em “A situação segue preocupante”, uma vez que em português o sentido tradicional é o de “ir atrás”.

Os neologismos sintáticos compreendem as construções frasais novas criadas na própria língua ou importadas, como dar a volta por cima, já era e ir para o espaço (acabar, desaparecer).

sexta-feira, 25 de março de 2011

Particípio - aula para concurso público e vestibulares

Particípio - aula para concurso público e vestibulares
O particípio, juntamente com o infinitivo e o gerúndio, é uma das chamadas formas nominais do verbo. É chamado assim por não apresentar nenhuma desinência modo-temporal ou número-pessoal. É uma forma mais fixa, usada para todas as pessoas, e flexionando-se em gênero e número, assemelhando-se mais com um adjetivo do que com uma forma verbal. Mais um motivo para ser chamado de forma nominal.

Nas suas formas regulares, o particípio termina em ADO(A) ou IDO(a).

FALAR – FALADO

A garota havia falado besteira no discurso.

CAMINHAR – CAMINHADO

Nós já tínhamos caminhado pela manhã.

MORRER – MORRIDO

A sua mãe havia morrido há três meses.

COMER – COMIDO

O rapaz tinha comido tudo que restara.

PARTIR – PARTIDO

Ele tinha partido pela manhã, cedinho, antes que todos acordassem.

SORRIR – SORRIDO

Embora estivesse triste, havia sorrido para mim com muita confiança.

Como podemos observar nos exemplos, a principal função do particípio é expressar uma ação concluída, terminada. Porém, há muitos casos em que ele se assemelha com o adjetivo:

O rapaz chegou em casa todo molhado.

Aquela moça é falada em toda a vizinhança.

Os sapatos estavam jogados no canto da sala.

Aquelas mulheres não eram amadas, mas maltratadas pelos maridos.

PARTICÍPIO IRREGULAR – VERBOS ABUNDANTES
Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma verbal para expressar a mesma flexão. Há muitos verbos que possuem duas formas de particípio: uma em ADO ou IDO – regular, portanto; e outra reduzida, irregular.

1ª conjugação

•Aceitar – aceitado, aceito
•Entregar – entregado, entregue
•Expressar – expressado, expresso
•Expulsar – expulsado, expulso
•Matar – matado, morto
•Salvar – salvado, salvo
•Soltar – soltado, solto
2ª conjugação

•Acender – acendido, aceso
•Benzer – benzido, bento
•Eleger – elegido, eleito
•Morrer – morrido, morto
•Prender – prendido, preso
•Romper – rompido, roto
•Suspender – suspendido, suspenso
3ª conjugação
•Emergir – emergido, imerso
•Exprimir – exprimido, expresso
•Extinguir – extinguido, extinto
•Frigir – frigido, frito
•Imergir – imergido, imerso
•Imprimir – imprimido, impresso
•Inserir – inserido, inserto
•Submergir – submergido, submerso
•Tingir – tingido, tinto
VERBOS DE UM ÚNICO PARTICÍPIO IRREGULAR

•Abrir – aberto
•Cobrir – coberto
•Dizer – dito
•Escrever – escrito
•Fazer – feito
•Pôr – posto
•Ver – visto
•Vir – vindo.
Obs: estes exemplos foram listados pelo gramático Rocha Lima, com referência abaixo.

Análise Sintática e Análise Morfológica

Análise Sintática e Análise Morfológica

Todos nós já estudamos a gramática da língua portuguesa nas escolas, logo sabemos que uma gramática é dividida em várias partes: fonética, morfologia, sintaxe, etc.

A divisão foi feita para nos ajudar a compreender como funcionam as palvras na oração: sozinhas ou em relação às outras.

Porém tal divisão, às vezes, confunde os alunos, principalmente quando o assunto é morfologia e sintaxe. Muitos confundem as duas partes e acabam por misturá-las em uma análise.

A morfologia é a parte da gramática que considera a palavra em si (sozinha), já a sintaxe estuda a palavra em relação às outras que se acham na mesma oração.

Em resumo, uma palavra exerce na oração duas funções: a morfológica que é a que a palavra exerce quanto à classe a que pertence (substantivo, adjetivo, pronome, etc) e a sintática, que vem a ser a que a palavra exerce em relação a outros termos da oração. Nesse caso, a palavra poderá desempenhar vários papéis (sujeito, objeto, etc).

EXEMPLO:

“Maria comprou um carro”.

Se analisarmos a palavra “Maria” no sentido morfológico, temos um substantivo próprio, já na sintaxe “Maria” é sujeito simples da oração.

ANÁLISE MORFOLÓGICA
Maria: substantivo próprio
comprou: verbo
um: artigo
carro: substantivo comum

ANÁLISE SINTÁTICA
Maria: sujeito
comprou: núcleo do predicado verbal (comprou um carro)
um: adjunto adnominal
carro: núcleo do objeto direto (um carro)

Não é difícil, basta o aluno prestar atenção e saber qual tipo de análise o professor está pedindo (a morfológica ou a sintática). Porém, às vezes, as duas são pedidas na chamada análise morfo-sintática.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Questões de português para concurso com gabarito

As melhores questões de português para concurso com gabarito:

01. Assinale a opção em que nem todas as palavras possuem o mesmo radical:
a) noite, anoitecer, noitada;
b) luz, luzeiro, alumiar;
c) incrível, crente, crer;
d) festa, festeiro, festejar;
e) riqueza, ricaço, enriquecer.
02. A série em que os vocábulos enumerados se relacionam porque provêm da mesma raiz é:
a) florescer, flandres, florear;
b) pousada, aposentado, cômodo;
c) reger; regulamento; regra;
d) corte; percurso; correr;
e) angústia; ângulo; anjo.

03. Assinale a única opção em que ocorre variante do radical:
a) dizer, dizes, dizia;
b) faço, fazes, façamos;
c) amaria, amavas, amou;
d) quero, queres, querias;
e) vência, venceste, vence.
04. Assinale a opção em que há erro na identificação do elemento mórfico grifado:
a) compostas: desinência de feminino;
b) quadrar: radical;
c) adotei: vogal temática;
d) pareceram: vogal temática;
e) influência: desinência de feminino.
05. Vocábulo onde existe desinência de gênero:
a) segredo;
b) curiosidade;
c) força;
d) verbo;
e) alheia.
06. Assinale a alternativa sem desinência modo-temporal:
a) aplaudias;
b) acordou;
c) faltarás;
d) vendam;
e) cobrasses.
07. Assinale a opção em que o processo de formação de palavras está indevidamente caracterizado:
a) vaga-lume: composição;
b) cruzeiro: sufixação;
c) palmeira: sufixação;
d) irritação: sufixação;
e) baunilha: sufixação.
08. Indique a palavra que foge ao processo de formação de chape-chape:
a) zunzum;
b) reco-reco;
c) toque-toque;
d) tlim-tlim;
e) vivido.
09. Assinale a letra em que as palavras são formadas por derivação regressiva, derivação parassintética e composição por aglutinação, respectivamente.
a) neurose, infelizmente, pseudônimo;
b) ajuste, aguardente, arco-íris;
c) amostra, alinhar, girassol;
d) corte, emudecer, outrora;
e) pesca, deslealdade, vinagre.
10. Grupo de três palavras formadas por DERIVAÇÃO:
a) pesaroso, apelo (subst.), refazer;
b) pontapé, introduzir, cipoal;
c) decímetro, casamento, namoro (subst.);
d) cine, guarda-roupa, infiel;
e) infelizmente, amolecer,varapau.


_________________________________



Gabarito:
01. B
02. C
03. B
04. E
05. E
06. B
07. E
08. E
09. D
10. A

Perissologia

Perissologia
Em meio à nossa prática cotidiana, mais precisamente em se tratando de nossos hábitos enquanto seres eminentemente sociais, cercamo-nos de determinadas atitudes por vezes não condizentes com aquelas concebidas como “convencionais”.

E, por assim dizer, alguns destes hábitos se encontram relacionados à fala e, sobretudo, à escrita - recursos dos quais usufruímos para revelar nossos desejos, expressar opiniões, enfim, participarmos ativamente da vida social como um todo. Assim sendo, torna-se inegável o fato de estarmos submetidos a um conjunto de regras pré-estabelecidas, as quais se encontram presentes em todos os aspectos, delimitando nosso posicionamento frente à realidade que nos cerca.

Dentre estas regras figuram-se aquelas atribuídas aos compêndios gramaticais, visto ser o padrão formal que rege a modalidade em questão. Em razão disto é que se postula a ideia central do presente artigo, uma vez que a perissologia se caracteriza como sendo um vício de linguagem, o qual foge à normalidade prescrita por esta “padronização”.

Ela, muitas vezes imperceptível aos olhos do emissor (tanto na oralidade quanto na escrita), consiste no hábito de repetir uma ideia anteriormente expressa, cujo procedimento tende a tão somente tornar o discurso prolixo, sem nada a acrescentar no tocante ao discurso. Semelhantemente ao pleonasmo vicioso e à redundância, tal vício acomete por demais o cotidiano linguístico de muitos e, por assim se caracterizar, precisa ser extinto de nossa convivência. Observemos, mediante o enunciado em evidência, alguns termos nos quais podemos detectá-lo:



No intento de reformularmos o discurso ora proferido, tornando-o isento de possíveis incorreções, proporíamos assim nos revelar:


Constatamos que alguns termos foram suprimidos, pois infere-se que estes apenas retomam a noção já expressa (municipal, de novo, breve, antecipadamente), interferindo diretamente na qualidade do discurso, como bem nos afirmam dois renomados autores – Celso Cunha e Lindley Cintra

A Dissertação Subjetiva

A Dissertação Subjetiva
Primeiramente, não compartilharemos de forma imediata com as questões teóricas concernentes ao assunto em evidência sem antes discorrermos, mesmo que de forma sucinta, sobre a linguagem como meio de interação entre as pessoas.

Seja na fala ou na escrita, quando nos propomos a praticá-la somos norteados por objetivos distintos, dentre eles: informar, relatar sobre algo, instruir, expressar sentimentos, expor opiniões, entreter, entre muitas outras finalidades.

E partindo de tais finalidades a que se propõe o discurso é que podemos classificar os textos, sendo estes dotados de características próprias, os quais se materializam por meio dos inúmeros gêneros textuais que circundam o nosso cotidiano.

Referindo-nos às características que lhes são peculiares, os textos se perfazem basicamente pelas seguintes classificações: narrativo, descritivo e dissertativo. Atendo-nos de maneira específica ao dissertativo, este, por sua vez, consiste na postura assumida pelo emissor em revelar suas opiniões, com vistas a expor seu pensamento crítico acerca de um determinado assunto ora em discussão.

O aspecto relevante que nutre essa modalidade textual é a argumentação, uma vez que a intenção do emissor ao se posicionar frente a uma ideia em discussão tem por objetivo convencer o interlocutor, por meio de argumentos plausíveis, do seu ponto de vista.

Em virtude do caráter argumentativo, o texto dissertativo requer total objetividade no que se refere à linguagem, que deve ser clara, coerente e precisa, conferindo-lhe um tom universal, ou seja, isentando-se de qualquer envolvimento por parte de quem o redige.

Até então enfatizamos sobre as regras que regem uma dissertação. Mas como quase toda regra tem lá suas exceções, o texto em questão não fugiu dessa ocorrência. Desta feita, referimo-nos à chamada “dissertação subjetiva”.
Trata-se de um texto em que prevalece a mesma intenção anteriormente discutida – a de convencer o interlocutor sobre algo. Agora entretanto, retratada por uma abordagem de cunho mais pessoal, passível de uma linguagem mais subjetiva, na qual sentimentos e emoções poderão prevalecer. Será permitido para tal que o emissor se utilize de verbos na 1ª pessoa do singular, como também o discurso, por vezes impregnado de impressões pessoais, certamente nos revele uma certa conotação.

Paródia e Paráfrase: exemplos de intertextualidade

Paródia e Paráfrase: exemplos de intertextualidade
Procurando viabilizar nossa apreensão no que tange ao estudo sobre a intertextualidade, iremos contextualizá-la às situações cotidianas. Vez ou outra, mediante as nossas relações sociais, fazemos referência a algo anteriormente mencionado por alguém, a um fato histórico, a uma propaganda retratada pela mídia e até mesmo a um acontecimento polêmico.

A intertextualidade também se faz presente nas artes em geral, como por exemplo, nas canções, escultura, dança, pintura e na literatura, bem como nos provérbios, na linguagem dramática, cinematográfica, nas charges e cartuns ao retratar de modo contundente sobre assuntos relacionados à política, dentre outros exemplos.

Assim sendo, notamos que tais relações intertextuais se oriundam do diálogo estabelecido entre um texto ou entre uma situação e outra. E para enfatizarmos um pouco mais sobre a referida ocorrência, analisaremos as características de dois elementos que bem representam: a paráfrase e a paródia, ambos extremamente cultuados pelos representantes de nossas Letras.

A paráfrase, originária do grego para-phrasis (repetição de uma sentença), constitui-se na recriação textual, tendo como suporte um texto-fonte. Ao parafrasearmos um texto, estamos atribuindo-lhe uma nova “roupagem” discursiva, embora mantendo a mesma ideia contida no texto original. Vejamos:

Texto Original – Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
[...]
Gonçalves Dias

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mes

Figuras de Estilo ou Linguagem

Figuras de Estilo ou Linguagem
Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objetivo de ser mais expressivo.

A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética:

1 - Anacoluto- interrupção na sequência lógica da oração deixando um termo solto, sem função sintática.

Ex.: Mulheres, como viver sem elas?

2 - Anáfora- repetição de palavras.

Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo!

3 - Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo que apelidado, alcunha ou cognome.
Exemplos.:

Xuxa (Maria das Graças)
O Gordo (Jô Soares)

4 - Antítese - aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos.

Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço.

5 - Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou ausentes.
Exemplos.:

Mulher, venha aqui!

Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento?

6 - Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase ou orações de um período. Essas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Ex.: Nasci, cresci, morri.
(ao invés de: Nasci, cresci e morri.)

7 - Catacrese - metáfora tão usada que perdeu seu valor de figura e se tornou cotidiana, não representando mais um desvio. Isso ocorre pela inexistência das palavras mais apropriadas. Surge da semelhança da forma ou da função de seres, fatos ou coisas.

Exemplos.: céu da boca; cabeça de prego; asa da xícara; dente de alho.

8 - Comparação ou símile - aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança. Conectivos comparativos são usados: como, feito, tal qual, que nem...

Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor.

9 - Elipse - omissão de palavras ou orações que ficam subentendidas.

Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas.

10 - Eufemismo - atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou Eufemismo - atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável.

Ex.: Ele foi desta para melhor.
(evitando dizer: Ele morreu.)

11 - Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo.

Ex.: Estou morrendo de cansada.

12 - Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou depreciativo.

Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada.

13 - Metáfora - é um tipo de comparação em que o conectivo está subentendido. O segundo termo é usado com o valor do primeiro.

Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.

14 - Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido.

A metonímia pode ocorrer quando usamos:

a - o autor pela obra
Ex.: Nas horas vagas, lê Machado.
(a obra de Machado)

b - o continente pelo conteúdo
Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.
Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente)

c - a causa pelo efeito e vice-versa
Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição.

d - o lugar pelo produto feito no lugar
Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja.
O nome da região onde o vinho é fabricado

e - a parte pelo todo
Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.

f - a matéria pelo objeto
Ex.: A porcelana chinesa é belíssima.
Porcelana é a matéria dos objetos

g - a marca pelo produto
Ex.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor.
Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço.

h - concreto pelo abstrato e vice-versa
Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato)
15 - Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos.

Ex.: Psiu! Venha aqui!

16 - Paradoxo ou oxímoro - Aproximação de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas uma figura.

Ex.: "Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)

17 - Personificação, prosopopeia ou animismo – atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários ou irracionais.

Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.

18 - Pleonasmo ou redundância - repetição da mesma ideia com objetivo de realce. A redundância pode ser positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como recurso expressivo, enriquecerá o texto:

Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos aquela declaração fatal.

Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado um vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.

Outros: subir para cima; entrar para dentro; monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.

19 - Polissíndeto - repetição de conjunções (síndetos).

Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou...
20 - Silepse - concordância com a ideia, não com a forma.

Ex.: Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) massacrados – Pessoa.

Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) – Gênero.

Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente – Número.

21 - Sinestesia - mistura das sensações em uma única expressão.

Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)

Verbos irregulares - O que são?

Verbos irregulares
Os verbos irregulares se afastam do paradigma, apresentando alterações ou no radical ou na flexão:
a) variação no radical em comparação com o infinitivo: ouvir - ouço; dizer - digo; perder - perco; caber - caibo;
b) variação na flexão: estou - estás.

Cunha e Cintra nos apresentam uma descrição mais detida, por exemplo, da 1ª pessoa do PRESENTE DO INDICATIVO dos verbos dar e medir. Vejamos mais uma vez as observações desses autores:

a) a forma dou não recebe a desinência normal -o da referida pessoa;
b) a forma meço apresenta o radical meç-, distinto do radical med- que aparece no INFINITIVO e em outras formas do verbo: med-ir, med-es, med-i, med-ira, etc. Sendo assim, os verbos dar e medir são verbos irregulares.

No entanto, se examinarmos o PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO dos verbos em questão, como nos orientam os referidos autores, observaremos que as formas:

a) dava, davas, dava, dávamos, dáveis, davam se enquadram no paradigma dos verbos regulares da 1ª conjugação; e
b) media, medias, media, medíamos, medíeis, mediam, por sua vez, incorporam-se ao paradigma dos verbos regulares da 3ª conjugação.

Desta forma, conclui-se que num verbo irregular podem ocorrer determinadas formas perfeitamente regulares.

Descrição desse tipo foi o que, certamente, levou Joaquim Mattoso Câmara Jr. (em Estrutura da Língua Portuguesa, Editora Vozes) à seguinte constatação: "o que nossas gramáticas alinham, em ordem alfabética, como 'verbos irregulares', deve ser entendido como um desvio do padrão geral morfológico, que não deixa de ser 'regular', no sentido de que é suscetível a uma padronização também".

A partir dessas observações, apesar de tradicionalmente classificarmos alguns verbos como irregulares, é necessário que se façam deles uma descrição mais detalhada, para que, assim, possamos ter um melhor conhecimento da sistematicidade da língua. Fica a reflexão.
*Jorge Viana de Moraes é professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação na área de Letras. Atualmente, mestrando em Língua Portuguesa e Filologia pela Universidade de São Paulo.

Pronome de tratamento - assunto atualizado 2011

Pronome de tratamento - assunto atualizado 2011


1) Também chamado pronome de reverência, é a maneira formal para se dirigir com reverência a determinadas pessoas; são aqueles pronomes “usados no trato cortês e cerimonioso”.1 Ex.: “Sua excelência, o presidente do Tribunal de Justiça, honrou-nos com sua visita.”

2) É importante saber alguns cargos e respectivos pronomes de tratamento: arcebispo (Vossa Excelência); bispo (Vossa Excelência); cardeal (Vossa Eminência); comandante geral da Polícia Militar (Vossa Excelência); cônsul (Vossa Senhoria); coronel (Vossa Senhoria); deputado (Vossa Excelência); desembargador (Vossa Excelência); embaixador (Vossa Excelência); general (Vossa Excelência); governador de estado (Vossa Excelência); juiz de direito (Vossa Excelência); marechal (Vossa Excelência); ministro de estado (Vossa Excelência); prefeito (Vossa Excelência); promotor de justiça (Vossa Excelência); reitor de universidade (Vossa Magnificência); secretário de estado (Vossa Excelência); senador (Vossa Excelência); tenente-coronel (Vossa Excelência); vereador (Vossa Excelência).

3) Se se trata alguém por Vossa Excelência, o endereçamento da correspondência é excelentíssimo, ou, em abreviatura, Exmo.; se se trata por Vossa Senhoria, o endereçamento é ilustríssimo, ou, de forma abreviada, Ilmo.

4) No uso dos pronomes de tratamento, quando se fala diretamente à pessoa tratada (“pessoa com quem se fala”), usa-se ”vossa”; quando, porém, se faz referência à pessoa tratada, mas se conversa com outrem (“pessoa de quem se fala”), emprega-se “sua”. Exs.:

a) “Vossa Excelência, senhor Deputado, é muito corajoso” (quando se fala com a autoridade);

b) “Sua Excelência, o Deputado Araújo, de quem lhe falei há pouco, é muito corajoso” (quando se fala da autoridade).

5) Em outras palavras: “se a pessoa, a quem se refere o tratamento, está ausente, isto é, se, em vez de ser o interlocutor (segunda pessoa), for o assunto (terceira pessoa) – a pessoa de quem se fala – então se empregará o (pronome) adjetivo Sua, e não Vossa”.2

6) Quanto à concordância verbal, embora se trate de pronome da segunda pessoa (com quem se fala), o pronome de tratamento precedido de vossa leva o verbo e os demais pronomes para a terceira pessoa (na prática, substitui-se mentalmente por você). Exs.:

a) “Vossa Excelência foi traído por seus próprios assessores” (correto);

b) “Vossa Excelência fostes traído por vossos próprios assessores” (errado).

7) Anota Carlos Góis que esse idiotismo do português – de empregar a terceira pessoa pela segunda, com os pronomes de tratamento seguindo em mesma esteira – é também peculiar ao italiano.3

8) Quanto a sua concordância nominal, o pronome de tratamento harmoniza-se com o sexo da pessoa representada. Exs.:

a) “Vossa Excelência, senhor juiz, é muito corajoso”;

b) “Vossa Excelência, senhora juíza, é muito corajosa”.

9) Nessa esteira, porque o papa é sempre pessoa do masculino, sempre se dirá “Sua Santidade mostrou-se corajoso em seu pronunciamento”, e nunca “Sus Santidade mostrou-se corajosa em seu pronunciamento”.

10) Valendo a ponderação também para a concordância nominal, Carlos Góis observa curiosamente que não se há de falar, no caso, em concordância verbal, mas em discordância do verbo, que é “a não conformidade literal da flexão do verbo ao número, ou à pessoa do seu sujeito”, e isso porque, embora se refira à segunda pessoa (o interlocutor ou a pessoa com quem se fala), o verbo “acomoda-se à flexão da terceira pessoa”.4


11) Podendo-se substituir mentalmente o pronome de tratamento por você, verifica-se que o vossa que a ele se acopla não define a pessoa em que se vai conjugar o verbo nem os pronomes que serão utilizados, e é importante manter a uniformidade de tratamento. Assim, repita-se, o correto é dizer-se “Vossa Excelência cumpriu seus compromissos”.

12) Constitui erro crasso falar: “Vossa Excelência cumpriu vossos compromissos” ou “Vossa Excelência cumpristes vossos compromissos”.

13) Em outra observação, oportuno é lembrar, com Napoleão Mendes de Almeida, que não tem base gramatical a afirmação de que se tenha que repetir enfadonhamente o pronome de tratamento, sem substituí-lo por pronome oblíquo, ou mesmo que, ao menos uma vez em cada parágrafo, tenha que haver menção a ele.5 Isso é invencionice, sem base científica alguma.

14) Pode-se usar, assim, sem temor, o pronome oblíquo no lugar do pronome de tratamento, já empregado anteriormente, evitando-se desnecessárias repetições. Exs.:

a) “Formulamos-lhe este pedido”;

b) “Vemos qualidades ímpares em sua pessoa;

c) “Pedimos-lhe este supremo favor”.

15) Nessa esteira, lembra Geraldo Amaral Arruda que “nos ofícios não é... de rigor que fórmulas protocolares ou de cortesia se repitam fastidiosamente. Nada obsta a que se use o pronome oblíquo (lhe ou o) ou os pronomes possessivos, quando couberem, evitando o uso iterativo das fórmulas. O emprego de pronome oblíquo ou possessivo, mesmo na linguagem protocolar, é correto... e, por si, tal procedimento não implica descortesia.6

16) Por fim, é de se anotar que escritores ilustres nem sempre escapam de algum escorregão no campo da concordância do pronome de tratamento. Narra-se, por exemplo, que, em carta datada de 18 de outubro de 1853, Antônio Feliciano de Castilho principiou pelo tratamento de vossa excelência: “Recebi em tempo próprio a carta com que V. Exa. me honrou”. Ao longo do texto, porém, acabou ele por mudar o tratamento para a segunda pessoa do plural: “De todo o coração vos abraça o vosso respeitador, consócio e amigo obrigadíssimo”.

17) De igual modo, em fala dirigida a Dom Pedro II em 4 de maio de 1889, Rui Barbosa, a par do tratamento protocolar de Vossa Majestade, também cometeu idêntico equívoco, que se alastrou por outros de seus discursos: “Com profundo sentimento de piedade acompanhou esta Câmara o discurso, que o Ministério acaba de proferir pelos augustos lábios de Vossa Majestade; e, escutando-o com a reverência devida à vossa posição...”.7

18) Para ambas as situações, como lembrava Horácio, poeta latino, não há usuário da língua que não cometa equívocos orais ou escritos, e de quando em vez, até ilustres escritores claudicam, dormem e ressonam: “quandoque bonus dormitat Homerus”.

19) Na tentativa de alguma explicação para erros dessa natureza, o que não os justifica nem os transmuda em formas aceitáveis perante a norma culta, observa Sousa e Silva que “outrora havia indecisão no emprego de tais formas, alternando no mesmo escrito Vossa Alteza, por exemplo, e vós; seu e vosso; etc.”.8

A pouco tempo ou há pouco tempo?

A pouco tempo ou há pouco tempo?
Você já ficou em dúvidas quando foi escrever uma oração relativa ao tempo transcorrido e não sabia se colocava “a pouco tempo” ou “há pouco tempo”?

E dessa forma: A pouco tempo atrás...; você já viu?

É muito comum nos depararmos com este tipo de escrita, mas a oração acima está errada por dois motivos: a presença do artigo “a” inicial e do advérbio “atrás”.

O verbo “haver” quando é impessoal, ou seja, não possui sujeito, pode ser utilizado em expressões que indicam tempo decorrido.

Logo, se desejo ter a ideia que as horas, os dias ou os anos se passaram, devo empregar o verbo “haver” na 3ª pessoa do singular: há.

Assim, o correto é dizer: Há pouco tempo a vi na sua casa. Eu não a vejo há muito tempo. Ele chegou há pouco tempo.

A utilização de “atrás” é redundante e deve ser evitado, principalmente na escrita, uma vez que o verbo “haver” (empregado no sentido de tempo decorrido) já possui essa significação.

Portanto, opte por dizer/escrever: há pouco tempo ou dois anos atrás. Nunca juntos: há dois anos atrás, pelos motivos já expostos.

Infligir ou infringir?

Infligir ou infringir?




Você já infligiu a lei? E infringiu as normas?

Não tem como isso ter sido possível, mesmo porque ou se fala “infligir” ou “infringir” nas duas orações.

Não tem como infligir leis e infringir normas, ou se usa um verbo ou outro! Contudo, ambos os verbos são empregados no meio jurídico ou quando se remete às questões de direitos e deveres.

Dessa forma, Se você infringir a lei, o juiz irá lhe infligir uma pena ou multa.

Agora pode ter ficado ainda mais confuso, não é? Mas vamos desmistificar essa dúvida!

Infringir é quando alguém transgride, viola, desrespeita uma lei.
Infligir é quando uma pena ou castigo é aplicado, quando alguém ou algo sofre algum tipo de dano ou prejuízo.

Se você ficar confuso lembre-se que infringir é quando alguém comete uma infração. Por exemplo: Ele cometeu uma infração de trânsito, ou seja, ele infringiu uma lei.

Veja mais exemplos:

a) Se alguém infringir a lei seca, será punido com detenção. (violar)
b) Eles estão presos porque infringiram alguma lei. (desrespeitaram)
c) O juiz infligiu uma pena muito severa aos desordeiros. (aplicou)
d) A seca infligiu a plantação, apenas uma agricultora se livrou. (causou dano)

Estrutura e Formação de Palavras

Estrutura e Formação de Palavras
Conceitos básicos:

Observe as seguintes palavras:
escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.

Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.

Classificação dos morfemas:

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina

Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):



cant-á-va-mos
cant-á-sse-is

cant: radical
cant:

radical
-á-: vogal temática
-á-: vogal temática

-va-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo)
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo)

-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural)
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural)

Dicas para concursos para antes e depois da prova

Dicas para concursos
Antes da prova

- Crie um hábito de estudo diário.
- Faça exercícios de concursos anteriores.
- Treine sua redação diariamente.
- Não deixe para estudar em apostila na última hora.
- Faça o compromisso de não esconder nenhuma dúvida.
- Mantenha-se o mais informado possível, leia jornais, revistas, etc.
- Não deixe suas atividades recreativas de fora, estudar demasiadamente é prejudicial.

No dia da prova

- No dia anterior, durma bem, ingira alimentos leves, evite alimentos pesados e de difícil digestão.
- Um dia antes da prova, não estude mais, procure fazer atividades que goste, respeitando os horários, claro.
- Chegue cedo no local da prova, veja seu nome na lista, se não está faltando algo, etc.
- Use roupas confortáveis e de acordo com a temperatura do dia.
- Leve uma garrafa de água e se possível, uma barra de cereal.
- Leve sempre uma caneta e lápis de reserva, pois esperar um ano inteiro novamente devido à falta de tinta na caneta é um desastre.
- Durante a prova, mantenha a calma, não é só você que não sabe algumas questões.
- Por fatores psicológicos e de tempo, comece fazendo as questões que sabe, não perca tempo e a cabeça em uma questão que não sabe nem por onde começar.
- Confie em si mesmo, saiba que não é pior que ninguém, se os outros conseguem, você também pode conseguir.
- Use todo o seu tempo, preocupe com você, não ligue se todo mundo já foi embora e você ainda está fazendo a prova.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Bastante x bastantes

Atire bastantes palavras quem nunca deixou de prestar atenção numa aula, e não ficou com bastantes dúvidas.Vamos ao tema:

Bastante tem sua origem no latim vulgar bastare (bastar), que significa o suficiente, o que satisfaz, e é empregado como:

* Adjetivo (variável) - concorda com o substantivo.

A turma tem bastantes alunos.

Conseguirão bastantes notas.

Estude e terá bastante sucesso.

* Advérbio (invariável) - é invariável, não concorda com o substantivo.

Elas estão bastante (muito) cansadas.

Os alunos são bastante (muito) falantes.

* Substantivo masculino (invariável) - igual a suficiente, o que satisfaz.

Professora, já é o bastante (o suficiente) para mim.

Menino, você já falou o bastante por hoje.

Os argumentos não foram o bastante para incriminá-lo.

“MACETE”: Na dúvida em relação ao plural tente trocar bastante por muitos ou muitas. Se der certo, use bastantes; se não, apenas bastante.

Mau lutador é quem luta mal

Mau lutador é quem luta mal
Não há mal nenhum em se confundir no uso de mal e mau, palavrinhas de pronúncia e grafia parecidas (parônimas), que causam bastantes dúvidas. Vamos às dicas para não as confundirmos mais. Isso não é nada mau.
* * * * * * * * * * * MAU * * * * * * * * * * *
Empregado apenas como adjetivo, qualifica pessoas ou coisas com o sentido negativo.
Jack era um homem mau.
O jogador deu mau jeito no tornozelo.
Ontem fiz um mau negócio.
Você acredita em mau-olhado?
Não tenho mau humor.
* * * * * * * * * * * MAL * * * * * * * * * * *
Diferente de mau, tem mais empregos na frase, que são:
* substantivo: coisa prejudicial, de efeito nocivo, doença.
Ela morreu do mal de Chagas.
O câncer não é um mal sem cura.
A corrupção é o pior mal da política.
Há quem pratique o mal.
No uso como doença, o mal deve ser grafado em inicial minúscula seguido do nome do cientista que o descobriu ou estudou: mal de Parkinson, mal de Alzheimer.
* advérbio: insuficientemente, de modo imperfeito, irregular, incorreto.
A seleção jogou mal.
Ele escreve mal.
* conjunção: imediatamente após.
Mal me viu e correu ao meu encontro.
Mal chegou e já saiu novamente.
Mal acabou de almoçar e já está pensando na janta.
“MACETE”: O contrário de mau é bom, e o contrário de mal é bem. Na dúvida entre usar mau e mal, mude o sentido da frase.
Mau lutador é quem luta mal. - Bom lutador é que luta bem.
* * * * * * * * * * * Humor e linguagem* * * * * * * * * * *
O portador do mal de Parkinson diz para o portador do mal de Alzheimer: “Deve ser muito mau não saber onde se colocou a cerveja”. O outro então rebate: “Mau mesmo é jogá-la toda fora na hora de beber”.

O melhor x o mais bem

O melhor x o mais bem

* A norma nos sugere que devemos sempre empregar o termo melhor em situações de comparação.

Apesar de jogar bem vôlei, joga melhor futebol.
Maria é melhor em matemática que em português.
As vendas esse ano foram melhores que as do ano passado.

* Quando há a presença do verbo no particípio o emprego deve ser de mais bem.

Ronaldo é mais bem pago que Robinho.
Com arquiteto, a casa fica mais bem construída.

É um erro comum se trocar mais bem por melhor, mas quando dizemos que alguém é o melhor preparado estamos comparando-o com outros que podem não estar preparados. Quando dizemos que ele é o mais bem preparado, estamos comparando-o com outros bem preparados, também. É uma questão de semântica.

ATENÇÃO: Cuidado para não cometer o duplo erro de trocar mais bem por melhor em situações em que se exija o emprego do hífen (bem-acabado, bem-aceito, bem-acostumado, bem-adaptado, bem-amado, bem-apresentado, bem-arrumado, bem-aventurado, bem-casado, bem-humorado, bem-ensinado, bem-merecido, bem-parecido, bem-sucedido, bem-vestido, bem-vindo etc):

Ela é a mulher mais bem-vestida da festa.
De todos os que venceram, você é o mais bem-sucedido.
Lucas é o filho mais bem-parecido com o pai.
O gaúcho é mais bem-acostumado com o frio que o carioca.
Quanto mais bem-arrumados mais somos respeitados.

Você já subiu para cima?

Você já subiu para cima?

No registro coloquial, é comum frases como Menino, entra pra dentro, Essa história é baseada em fatos reais, Você está com conjuntivite nos olhos e por aí vai. Frases que apesar de terem caído no gosto comum sempre são criticadas como um vício de linguagem chamado pleonasmo vicioso.

Na literatura, o pleonasmo é caracterizado como uma figura de linguagem de papel estilístico, cujo objetivo é reforçar uma ideia.

Talvez o uso do pleonasmo seja tão antigo quanto a comunicação humana, pois há cerca de quinhentos anos antes de Cristo já se via na entrada do templo de Dephos, na Grécia, os seguintes dizeres: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.

Exemplos de pleonasmos literários:

"E rir meu riso / e derramar meu pranto" (Vinícius de Moraes)

"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)

"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa)

“Detalhes tão pequenos de nós dois.” (Roberto Carlos)

“Chovia uma triste chuva de resignação.” (Manuel Bandeira)

“Não os venci. Venceram-me eles a mim.” (Rui Barbosa)

“Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de pavor.”(Viana Moog)

“Eu nasci, há dez mil anos atrás
e não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais" (Raul Seixas)

Há quem defenda que “prefeito municipal”, “estrela do céu”,“canja de galinha” e “ganhar grátis” sejam pleonasmos. Porém, temos prefeito militar, prefeito universitário além de o mar está cheio de estrelas. Já a canja, essa veio do malaio kãnji, e quer dizer “arroz molhado”. Portanto, na falta da galinha experimente fazer com legumes ou carne bovina que também ficará deliciosa.
Quanto ao ganhar grátis, você pode participar de um sorteio e ganhar mesmo tendo pago para participar.

Sinédoque

Figura de linguagem muito confundida com a metonímia e com a metáfora, a sinédoque corresponde à troca de um termo por outro que tenha relação imediata de proximidade em escala menor, ou seja, ocorre quando há a troca do todo pela parte. Vejamos:
É justo que todos tenham um teto (casa). - Teto é uma das partes de uma casa.
O italiano (os italianos) não é o pai da pizza. Aqui o italiano representa os nativos da Itália.
Nem só de pão (alimento) vive o homem. - Pão é um tipo de alimento mas no contexto representa qualquer alimento.
Estou sem nenhum centavo (dinheiro) no bolso. - Centavo é uma parte do dinheiro.
Geralmente na comunicação um termo nos remete a mais de uma figura de linguagem, porém uma prevalece. A fala da personagem Linguaruda é um bom exemplo disso, pois deprecia o beijo (disfemismo) mas tem mais característica de sinédoque. A saliva é apenas parte do que ocorre no beijo, o melhor é o toque de lábios e línguas... e por aí vai.

EM VEZ DE = em lugar de.

EM VEZ DE = em lugar de. Deve ser usada preferencialmente em substituições que não indiquem sentido oposto. Em vez de carro, foi de avião. Em vez de Letras, cursou Direito.

AO INVÉS DE = ao contrário de. Deve ser usada quando se destaca a ideia de oposição. Ao invés de sair, ficou em casa. Ao invés de subir, desceu. Ao invés de falar, calou-se.

Importante - “em vez de” pode substituir a expressão “ao invés de”, mas o contrário nem sempre é permitido, pois a segunda só deve ser usada em caso de substituição por ideia contrária. É por isso que a frase da atendente está incorreta. A moça vai de qualquer jeito, apenas trocou a carona. Oi Ju, bom dia! Em vez de ir com a Lu, vou com você.

Já na questão da FGV a resposta é: (x) errado. Há no texto a ideia de oposição em relação ao uso que a Europa faz da integração política, portanto, pode sim haver a substituição. Ao invés de “rumar para a integração (...) a Europa faz da integração um utensílio da exclusão”.

Teu/tua - pronome possessivo

* Teu/tua - pronome possessivo que se relaciona à pessoa com quem se fala (2.ª pessoa do singular).
- Mário.
- Oi!
- João saiu com a tua esposa e bateu o teu carro.

João saiu com a esposa do Mário e bateu o carro também do Mário. (tua/teu se referem ao Mário).

* Seu/sua - pronome possessivo que se relaciona à pessoa de quem se fala (terceira pessoa do singular).
- Mário.
- Oi!
- João saiu com sua esposa e bateu o seu carro.

João saiu com a própria esposa e bateu o próprio carro. (sua/seu se referem ao João).

ATENÇÃO: No Brasil é comum o emprego do pronome de tratamento você, no lugar de tu, o que obriga a combinação com seu/sua. Por isso que a atendente da ilustração foi corrigida. Ela deveria ter empregado sua no lugar de tua, pois se referiu ao Manuel como você. Caso se referisse como tu, seria necessário concordar os verbos também.

Vejamos as duas opções:

Olá Manuel, você perdeu uma nota de cem reais. Venha pegá-la, pois é todinha sua.

Olá Manuel, tu perdeste uma nota de cem reais. Vem pegá-la, pois é todinha tua.


Quem saiu perdendo na história foi o Manuel que, por ficar com raiva e não se fazer entender, acabou perdendo cem reais.

Cuidado com as ambiguidades, se o pronome você estiver explícito, empregue o seu/sua. Além das ambiguidades, a combinação indevida pode causar briga. Experimente dizer a um amigo que fulano saiu com sua mulher e verá.

Estudar português para o concurso dos correios 2011

Para quem estava esperando por esse momento chegou a melhor oportunidade de começar 2011 trabalhando nos correios, mas para isso é preciso fazer a inscrição para o concurso dos correios 2011 e começar a estudar. Esse blog pode lhe auxiliar com muitas dicas e aulas para o concurso dos correios. São aulas de português e informações atualizadas já com o novo acordo ortográfico. Serão 20 questões de português entre outras e o melhor lugar para estudar português para o concurso dos correios é aqui. São várias postagens com inúmeros assuntos para baixar e fazer sua própria apostila. Não perca seu tempo e comece hoje mesmo a estudar para o concurso dos correios 2011 e esteja na frete de seus concorrentes, aproveite nosso conteúdo e informação para ficar preparado na hora da prova.

Existe sempre concordância entre as palavras?

Existe sempre concordância entre as palavras?
A concordância é a combinação ou coincidência – em gênero, número ou pessoa – que se faz entre algumas palavras de uma mesma frase.
Se a concordância não acontece, a frase fica incorreta. Observe:

Pedro estudam os inseto (?!)

Todo usuário da língua portuguesa percebe que a frase acima está mal construída, não soa bem. E a razão disso é simples: não há concordância gramatical entre as palavras. Mas não é difícil corrigir essa estranheza. Com apenas duas alterações, a frase torna-se correta:
Pedro estuda os insetos.

A frase agora apresenta concordância gramatical entre Pedro e estuda e entre
os e insetos.

» Como se estabelece a concordância?
» Tipos de concordância
» Concordância nominal
» Concordância verbal
» Casos que merecem atenção
» Verbos impessoais

Casos que merecem atenção

Casos que merecem atenção
Quando os sujeitos são formados pelas expressões um dos que, um e outro, nem um nem outro, ou pelas expressões partitivas a maioria de, grande parte de, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural:
A maioria dos condôminos preferiu /
preferiram dividir as despesas.
Ele é um dos que apoiou /
apoiaram o presidente.
Quando os sujeitos são formados por expressões que indicam quantidade aproximada – mais de um, cerca de
O verbo concorda com o substantivo:
Mais de um candidato foi escolhido.
Cerca de vinte candidatos foram escolhidos.
Quando o sujeito indica porcentagem
O verbo concorda com o numeral ou com o substantivo:
35% do nosso orçamento destina-se /
destinam-se a investimentos internos.
Quando o sujeito é formado pelo pronome que
O verbo concorda com o antecedente do pronome:
Fui eu que fiz.
Fomos nós que fizemos.
Quando o sujeito é formado pelo pronome quem
De acordo com a regra culta, esse verbo fica na terceira pessoa do singular:
Fui eu quem fez. (3ª pessoa)
corresponde a: Fui eu aquele que fez.
Pode também concordar com o antecedente do pronome
Fui eu quem fiz.

Como se estabelece a concordância?

Como se estabelece a concordância?
A concordância é definida pelos morfemas gramaticais que estão localizados no final das palavras. São sinais ou signos que indicam como deve ser feita a combinação entre as palavras. Se uma frase começa da seguinte maneira: 'Muitas meninas...' e se quer acrescentar um adjetivo (lindo, por exemplo), os morfemas gramaticais (a e s) exigem que seja lindas e não lindo, linda ou lindos.
Há três morfemas gramaticais que sinalizam a concordância em uma frase. São os morfemas de gênero, de número e de pessoa:

- Morfema de gênero: Muitas meninas lindas.

- Morfema de número: Muitas meninas lindas.
- Morfema de pessoa: Eu conheci meninas lindas.

Tipos de concordância


A língua portuguesa estabelece
dois tipos básicos de concordância:

Nominal
Estabelece-se entre as palavras adjetivas (adjetivo, artigo, pronome e numeral) e o substantivo:

Aqueles rapazes esperavam
ansiosos o ônibus.

A concordância é feita em gênero (masculino) e em número (plural) entre palavras adjetivas e os substantivos (ou palavras substantivas):

Aqueles rapazes / rapazes ansiosos / o ônibus

Verbal
Ocorre entre o sujeito e o verbo:

Os meninos brincam na chuva.

O substantivo meninos e o verbo brincam mantêm uma relação de concordância em número (plural) e pessoa (terceira). A concordância verbal também pode ser chamada de concordância de sujeito gramatical.

Correntes da Lingüística

Correntes da Lingüística
Os estudos lingüísticos no século XX tomaram rumos diversos nos vários países em que se desenvolveram, definindo escolas ou correntes teóricas. Cada uma dessas escolas privilegia um ou outro aspecto da linguagem. Entre elas, destacam-se:

• Gerativismo: procura mostrar a capacidade do falante-ouvinte de produzir e compreender um número infinito de frases que nunca tenha ouvido antes, mediante um número finito de regras e elementos que se combinam.


• Pragmatismo: aborda a relação do discurso que envolve o falante, o ouvinte e a situação comunicativa concreta em que ele é produzido. Sua unidade fundamental é o ato da fala, ou seja, a produção de uma determinada mensagem, em determinadas condições, com uma determinada intenção.


• Estruturalismo: entende a língua como um sistema articulado, em que todos os elementos estão interligados. É a posição estrutural do elemento que vai conferir-lhe o valor e a função.

4. Outras formas do estudo da linguagem
A linguagem não é só objeto científico da lingüística, mas também é ponto de partida e matéria de outras áreas do conhecimento, como as que focalizam o comportamento social e psicológico do ser humano:


• Sociolingüística: estuda as relações entre a língua e os comportamentos sociais. As mudanças por que passam as sociedades e que se refletem na evolução da língua.

• Psicolingüística: estuda a capacidade da mente humana de produzir e compreender a língua.

Semiótica ou semiologia: estudo geral dos signos e sistemas de significação. Em razão da grande importância que tem o campo da comunicação humana, usa-se este termo para designar sistemas específicos: semiótica do cinema, da publicidade, de sistemas musicais, da literatura, entre outros.

Dialetologia: procura conhecer as variantes lingüísticas de um território, seus limites e suas influências.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O que é um determinante?

Determinante é o nome que muitos gramáticos e lingüistas dão às palavras adjetivas – palavras que se colocam normalmente diante de um substantivo e que servem para especificar ou determinar o seu significado. O determinante acrescenta informações ao substantivo. Nos exemplos:

teu violão / esse violão / três violões

Os determinantes modificaram o significado do substantivo violão: teu indica posse; esse faz referência ao lugar (ou à proximidade do violão) e três assinala a quantidade de violões.

O determinante concorda com o substantivo em gênero e número. Existem diversos tipos de determinante, classificados em função da significação que dão ao substantivo.



Minha bicicleta.
1. Artigos definidos e indefinidos
Os artigos funcionam sempre como determinantes: O garoto ganhou uma bicicleta.

2. Numerais
Classificam-se como determinantes os numerais que modificam o substantivo. Também são chamados de numerais adjetivos:

Numeral cardinal:
Numeral ordinal:
Numeral multiplicativo:
Numeral fracionário: Três pancadas foram ouvidas.
A terceira pancada acordou-me.
Este diploma me dá uma dupla satisfação.
Comi meio bolo.

Atenção: há numerais que funcionam como substantivos. São os numerais substantivos, que podem ou não vir antecedidos por determinantes:

Quatro é o dobro de dois. (Quatro é numeral substantivo.)
3. Pronomes
Classificam-se como determinantes os pronomes que modificam o substantivo. Também são chamados de pronomes adjetivos: Pronomes possessivos:
Pronomes demonstrativos:
Pronomes indefinidos:
Pronomes interrogativos:
Pronomes relativos: Adoro meus amigos.
Só convidei estes amigos.
Tenho muitos amigos.
Quantos amigos virão?
Aqui está meu amigo, em cuja opinião eu confio!


Atenção: não são determinantes os pronomes que desempenham a função de substantivo:

Aquilo me incomodou.
Quem tudo quer nada tem.

4. Determinante complexo
É o determinante formado por mais de um elemento, tal como:

Os meus dois amigos chegaram.

No exemplo acima, o determinante é composto por um artigo (os), um pronome (meus) e um numeral (dois).

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tempo e Modo Verbal

Tempo e Modo Verbal Por Araújo, A. Ana Paula de
O verbo pode se flexionar de quatro maneiras: PESSOA, NÚMERO, TEMPO e MODO. É a classe mais rica em variações de forma ou acidentes gramaticais. Através de um morfema chamado DESINÊNCIA MODO TEMPORAL, são marcados o tempo e o modo de um verbo. Vejamos mais detalhadamente…

O MODO VERBAL caracteriza as várias maneiras como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Rigorosamente, são três os modos verbais: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e IMPERATIVO. Porém, alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o PARTICÍPIO, o GERÚNDIO e o INFINITIVO. Alguns autores, no entanto, as denominam FORMAS NOMINAIS DO VERBO.

Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma destas formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais:

•INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de sujeito ou de complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um artigo.
•GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de tempo, modo, condição e lugar.
•PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o substantivo, apresenta ainda concordância em gênero e número.
Mas voltemos aos modos verbais, propriamente ditos:

•MODO INDICATIVO: O verbo expressa um ação que provavelmente acontecerá, uma certeza, trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a certeza comprovada da realização daquela ação.
•MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza, trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.
•MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Porque: conjunção explicativa, causal, final.

Porque: conjunção explicativa, causal, final.
O vocábulo porque é uma conjunção que possui três valores:


- Conjunção coordenativa explicativa: liga duas orações na segunda das quais se esclarece a idéia contida na primeira. São elas: pois, que, porque, etc.


Fique alegre, meu amor, porque você tem saúde = Fique alegre, meu amor, pois você tem saúde = Fique alegre, meu amor, que você tem saúde.

- Conjunção subordinativa causal: inicia uma oração subordinada denotadora de causa. São elas: porque, porquanto, já que, visto que, se, como (só no início de frase), uma vez que.


Foi de táxi para a festa porque estava atrasado = Foi de táxi para a festa já que estava atrasado = Como estava atrasado, foi de táxi para a festa.

- Conjunção subordinativa final: inicia uma oração que indica a finalidade da oração principal. São elas: porque, a fim de que, para que.


Agiu daquela maneira porque o inimigo o visse e se assustasse com sua fúria = Agiu daquela maneira a fim de que o inimigo o visse e se assustasse com sua fúria = Agiu daquela maneira para que o inimigo o visse e se assustasse com sua fúria.

Iode, vau, diérese e sinérese

Iode, vau, diérese e sinérese
Encontro vocálico o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos:

Hiato = É o agrupamento de duas vogais, cada uma em uma sílaba diferente.

Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da

Ditongo = É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da semivogal, chamaremos de Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca.

Cai-xa = Ditongo decrescente oral.

Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal, com a ocorrência do Ressoo Nasal.

Tritongo = É o agrupamento de uma vogal e duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal.

A-guei = Tritongo oral.

Á-guem = Tritongo nasal, com a ocorrência da semivogal m.
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Além desse três, há outros encontros vocálicos importantes:

O agrupamento de uma semivogal entre duas vogais. São os grupos aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uiu, em qualquer lugar da palavra - começo, meio ou fim. Denominam-se esses encontros de iode. Eis alguns exemplos de iode:

praia, ideia, joia, imbuia, arreio, arroio, balaio, feio, tuiuiú.

Foneticamente, ocorre duplo ditongo ou tritongo + ditongo, conforme o número de semivogais.

Representa-se o som de i com duplo Y: ay-ya, ey-ya, representando o "y-y" um fonema apenas, e não dois como parece. A pronúncia do i é contínua em ambas as sílabas, sem o silêncio que caracteriza a mudança de sílaba.

A palavra vaia, então, tem quatro letras (v - a - i - a) e quatro fonemas (/v/ /a/ /y/ /a/), sendo que o "y" pertence às duas sílabas, não havendo, no entanto, silêncio entre as duas no momento de pronunciar a palavra. Foneticamente, há, então, dois ditongos: ay e ya. Já em sequóia, há um tritongo (woy) e um ditongo (ya).

Verbos derivados de ter, pôr, vir e ver

Verbos derivados de ter, pôr, vir e ver
Os verbos derivados de ter, pôr, vir e ver são dos mais cobrados em exames vestibulares em virtude da dificuldade que a população sente ao conjugá-los. Inúmeros cidadãos brasileiros ilustres cometem deslizes principalmente na conjugação do futuro do subjuntivo desses verbos, em razão da semelhança que esse tempo tem com o infinitivo. Ocorre que a maioria dos verbos tem o futuro do subjuntivo e o infinitivo iguais. Veja:
Era para eu estudar ontem.
Quando eu estudar, aprenderei.
A primeira frase apresenta o verbo estudar no infinitivo; a segunda, no futuro do subjuntivo.
Alguns verbos irregulares e outros anômalos, porém, têm a conjugação do futuro do subjuntivo diferente da do infinitivo. É o que ocorre com os quatro verbos apresentados nesta coluna. Veja:
Era para eu pôr dinheiro na poupança.
Quando eu puser dinheiro na poupança...
A primeira frase apresenta o verbo pôr no infinitivo; a segunda, no futuro do subjuntivo.
É aí que reside a dificuldade. Como na maioria dos verbos o futuro do subjuntivo e o infinitivo são iguais, é muito comum ouvirmos frases como "Se eu por..." Quando eu deter...", já que o cidadão pensa serem iguais em todos os verbos.
Nesta coluna, não nos ateremos apenas aos tempos verbais citados, e sim a toda a conjugação dos verbos apresentados, que você pode conferir no Gramática On-line.
A maneira mais prática, porém, para conjugar adequadamente um verbo derivado é comprovar a existência de tal derivação. Como? Comparando!
Um verbo terminado em –ter será derivado de ter se a primeira pessoa do singular do presente do indicativo terminar em –tenho, pois Todos os dias eu tenho. Se isso ocorrer, toda a conjugação do verbo pesquisado será idêntica à do verbo ter. Por exemplo:
Converter: Todos os dias eu converto, e não Todos os dias eu convertenho. Converter, portanto, não é derivado de ter. Sua conjugação não será, então, idêntica à de ter.

Crase diante de números

Crase diante de números
Sabe-se que crase é a fusão de duas vogais idênticas e que a crase da preposição a com os artigos a e as ou da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo, aquiloutro, a e as é caracterizada pelo acento grave (`). Claro é, portanto, que só ocorre crase diante de palavras que exijam os artigos femininos a e as, além, lógico, dos pronomes demonstrativos.

Concernentemente a números, portanto, só ocorrerá crase se este for representativo de termo feminino. Veja os seguintes exemplos:

- Chegarei à escola às 7h. Com crase, pois há a preposição a, e o número 7 é representativo de um termo feminino: horas. Basta substituir pelo termo masculino meio-dia: Chegarei à escola ao meio-dia. Como, diante do termo masculino surgiu ao (preposição + artigo), diante do feminino também haverá preposição + artigo: à.

- Chegarei à escola após as 7h. Sem crase, pois, apesar de o número 7 ser representativo do termo feminino horas, não há a preposição a, e sim a preposição após. Basta substituir pelo termo masculino meio-dia: Chegarei à escola após o meio-dia. Como, diante do termo masculino surgiu o (artigo), diante do feminino também haverá somente o artigo: a.

- Daqui a uma hora, embarcarei para o Rio de Janeiro. Sem crase, pois, apesar de o número uma ser representativo do termo feminino hora, não há o artigo a. Basta substituir pelo termo masculino minuto: Daqui a um minuto, embarcarei para o Rio de Janeiro. Como, diante do termo masculino surgiu a (preposição), diante do feminino também haverá somente preposição: a.

Uma curiosidade concernentemente a números ocorre quando há uma relação entre eles. Somente ocorrerá crase entre números quando o primeiro deles estiver antecedido de artigo. Por exemplo:

- O show ocorrerá das 20h às 22h.
- O show ocorrerá de 20h a 22h.
- 20h a 22h: Esse é o horário de show.
- Os alunos de 1ª a 4ª série devem posicionar-se à esquerda do palco.
- Os alunos da 1ª à 4ª série devem posicionar-se à esquerda do palco

Encontros vocálicos que ora são pronunciados como ditongo, ora como hiato

Ocorrem, também, na Língua Portuguesa, encontros vocálicos que ora são pronunciados como ditongo, ora como hiato. São eles:

Sinérese = São os agrupamentos ae, ao, ea, eo,
ia, ie, io, oa, oe, ua, ue, uo.

Ca-e-ta-no, Cae-ta-no; ge-a-da, gea-da; Na-tá-li-a, Na-tá-lia; du-e-lo, due-lo.

Diérese = São os agrupamentos ai, au, ei, eu, iu, oi, ui.

re-in-te-grar, rein-te-grar; re-u-nir, reu-nir; di-u-tur-no, diu-tur-no.


Obs.: Há palavras que, mesmo contendo esses agrupamentos não sofrem sinérese nem diérese. Há de ter bom senso, no momento de se separarem as sílabas. Nas palavras rua, tia, magoa, por exemplo, é claro que só há hiato.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dicas de como estudar para concursos públicos

Dicas de como estudar para concursos públicos
Dica 1 - Os inscritos nos concursos públicos devem reservar quanto tempo do dia para estudos? Resposta - Pela minha experiência em concursos, já pude observar e concluir que o problema "tempo de estudos" é algo bastante subjetivo. Já vi alunos, com horário apertado devido ao trabalho, com bebês pequenos que não os deixam dormir, que aproveitam muito mais e melhor o tempo que têm do que aqueles que estão desempregados e têm todo o tempo do mundo. O importante é saber direcionar muito bem o tempo que se tem, objetivando pontos realmente relevantes!

Dica 2 - Como deve ser o ambiente de estudo? Silencioso, longe de familiares e de animais domésticos, pode ter música ao fundo? Resposta - Quanto ao ambiente de estudo, é óbvio que a tranquilidade ajuda. Entretanto, é importante que se treine a concentração em qualquer situação. Caso contrário, o candidato torna-se aquela pessoa que fica irritada e desconcentrada, até com o barulho do papel de biscoito do concorrente a seu lado.

Dica 3 - O estudo deve estar concentrado nas apostilas, ou sites pertinentes também são indicados? No caso da web, como obter sites com informações seguras? Resposta - A escolha do material a se utilizar deve ser criteriosa!! Há excelentes sites, que muito ajudam, como há outros em que não se pode confiar, sob pena de se aprender conteúdos errados.

Dica 4 - Se o inscrito trabalha das 8h às 18h, é melhor acordar mais cedo para estudar, ou dedicar-se aos estudos à noite? Resposta - Quanto ao horário de estudo, é natural que as pessoas que trabalham das 8 às 18h, à noite ,já estejam demasiado cansadas e ,muitas vezes, não consigam render tudo que poderiam. Devem , portanto, acordar duas horas mais cedo e disponibilizá-las aos estudos. Por outro lado, há pessoas que, mesmo à noite, têm rendimento melhor que pela manhã bem cedo. Somos os nossos "termômetros
Dica 5 - O candidato deve interromper atividades físicas e lazer para se dedicar mais aos estudos? Resposta - As atividades físicas são de grande importância como fator de relaxamento. Há , entretanto, que se dosar as atividades para que não se tornem extremamente exaustivas e prejudiquem o aprendizado.Uma hora de caminhada ouvindo-se as aulas gravadas, por exemplo, pode ser extremamente válido!

Dica 6 - Quem passou dos 50 anos de idade tem mais dificuldade para estudar para um concurso desses? Resposta - a idade madura - com a experiência, a bagagem de vida. Em uma prova de interpretação, por exemplo, quantas vezes as pessoas mais velhas se saem muito melhor que os mais jovens? Portanto, não há que se sentir prejudicado pela idade!

Dica 7 - E quem é bem jovem, até 25 anos, tem mais vantagem ou dificuldade? Resposta - A idade é um fator ruim com dois lados bastante distintos: a juventude - com a coragem, o destemor e a leveza;

Dica 8 - Por favor, fique à vontade para discorrer mais sobre o assunto – Resposta - Enfim, acredito que o mais importante é , na verdade, reconhecer suas deficiências para que possa minimizá-las . Fazer um plano de estudos é muito importante, dividir o tempo disponível, priorizando as matérias em que tem mais dificuldades. A tendência do ser humano é querer estudar aquilo de que gosta. Realmente, é muito bom!! Porém, não adianta fingir que se domina uma matéria, jogando-a para "para baixo do tapete". Muitas vezes, exatamente aquele conteúdo maçante a que não se deu a devida atenção será o motivo de perda de pontos numa prova. Tudo é importante!! E tudo depende de nós mesmos - de nossa determinação, nossa disciplina, nossa vontade. Muitas vezes é mais fácil abdicar de sonhos que lutar por eles!!!

O emprego dos pronomes pessoais

O emprego dos pronomes pessoais

O emprego dos pronomes pessoais em português é questão que sempre provoca dúvidas. Existem pronomes que exercem a função de sujeito das orações e pronomes que exercem a função de complemento. No sujeito, usamos os chamados pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas) e, nos complementos, os do caso oblíquo (me, mim, te, ti, se, si, o (s), a (s), lhe (s), ele (s), ela (s), nos, vos etc.). Essa distinção já é suficiente para compreendermos por que, pelo menos na norma culta, não se diz "Eu trouxe ele", mas "Eu o trouxe". É que o pronome de terceira pessoa, nessa frase, não exerce a função de sujeito, mas a de complemento do verbo "trazer".

Pronomes da terceira pessoa do discurso são um pouco mais problemáticos que os demais, pois há os que funcionam como objeto direto (o, a, os, as) e os que se empregam como objeto indireto (lhe, lhes). Isso explica o fato de dizermos, por exemplo, "Eu o respeito" e "Eu lhe obedeço". O verbo "respeitar" é transitivo direto (requer um complemento sem preposição, o chamado "objeto direto") e o verbo "obedecer" é transitivo indireto (requer um complemento introduzido pela preposição "a", o "objeto indireto").

"Para mim fazer" ou "para eu fazer"?

O que determina a escolha dos pronomes pessoais é a função sintática que eles exercem na oração. Vários leitores têm perguntado se o correto é dizer "para mim fazer" ou "para eu fazer". Essa é uma questão bastante freqüente e pertinente ao tema de que ora tratamos. Afinal, que função sintática exerce esse pronome ("eu" ou "mim")? Observe que não cabe a ele completar um verbo ou nome. Nesse tipo de construção, o pronome atua como sujeito do verbo que está no infinitivo. Usa-se, então, o pronome pessoal do caso reto. Assim: "Traga os números para eu fazer os cálculos", "Trarei os números para tu fazeres os cálculos", Trarão os números para nós fazermos os cálculos".

"Entre mim e ti..."
Deixa eu ver" ou "deixe-me ver"?

Finalmente, é importante tratar do emprego do pronome nas locuções construídas com verbos auxiliares causativos e sensitivos seguidos de infinitivo. Os verbos "mandar", "deixar" e "fazer" podem ser empregados como auxiliares que indicam causa ("mandar alguém sair", "deixar alguém entrar", "fazer alguém rir", por exemplo); os sensitivos são os verbos "ver", "ouvir", "sentir" (ou equivalentes) em construções do tipo "ver alguém entrar", "ouvir alguém bater à porta", "sentir alguém aproximar-se" etc.

Aparentemente o pronome exerce a função de sujeito, o que justificaria o emprego do pronome pessoal do caso reto. Ocorre, todavia, que o pronome em questão é também o objeto direto do verbo auxiliar (esses auxiliares são todos transitivos diretos), sendo a forma oblíqua a correta. Assim: "Deixe-me ver isso", "Faz-me rir", "Mandou-o sair", "Ouviu-o dizer aquilo", "Quero vê-la sorrir/ Quero vê-la cantar...".

quarta-feira, 9 de março de 2011

Aula de português online grátis - Advérbios

O sol brilha imensamente – advérbio de modo

Para facilitar nossa compreensão sobre este tema, analisaremos primeiramente as seguintes orações:

Eu gosto muito de sorvete com calda de chocolate

Meu cãozinho recebe-me carinhosamente

Nas férias eu visitei Fernando de Noronha



Os termos que estão destacados se ligam diretamente ao verbo revelando algo sobre ele. Entenda como se dá este processo:

Eu gosto muito – A palavra muito indica a proporção. Como poderia ser pouco, mais ou menos, e assim por diante.

Recebe-me carinhosamente – Indica a maneira como o cão recebe seu dono. Como também poderia ser ferozmente.

Eu visitei Fernando de Noronha – Revela o lugar visitado por alguém. Poderia ser outro qualquer.

Desta forma, podemos classificar o advérbio como o termo que se refere ao verbo, modificando-o.

Com o objetivo de ampliarmos os nossos conhecimentos, vejamos a seguir uma relação com os principais tipos de advérbios:




Lugar – aqui, ali, perto, longe, Brasília, Maceió, na praça, no colégio, entre outros.

Ex: Fábio mora aqui.

Afirmação – sim, com certeza.

Com certeza irei à sua festa de aniversário.

Dúvida - talvez, possivelmente, acaso, decerto.

Talvez hoje conhecerei seus primos.

Negação - nunca, jamais, não.

Eu não obtive boa nota na avaliação.

Modo – calmamente, docilmente, bem, mal, alegremente, devagar, ruidosamente, e outros

Mamãe me abraça alegremente.

Intensidade – muito, pouco, bastante, menos, demais, tão, quanto.

Estou muito feliz com a sua chegada.

terça-feira, 8 de março de 2011

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO


Compreender bem um texto e interpretá-lo, é um dos pré-requisitos mais importantes para se fazer uma boa prova de concurso público. Não só de Língua Portuguesa, mas de qualquer matéria, pois todas as questões vão exigir do candidato certo nível de interpretação.


Ao contrário do que muitos pensam, a interpretação de textos, não é algo subjetivo, que cada um interpreta de uma forma. Existe uma lógica da qual não podemos abrir mão. Esta lógica está no próprio texto e na relação semântica que as palavras que ele contém trazem para o leitor.


Porém, não se pode esquecer que, apesar de seguir uma linha lógica, uma boa capacidade de interpretação começa com o hábito da leitura e um bom vocabulário. Para isso, siga estas dicas:


1 – Procure ler vários estilos de textos, sobre os mais variados assuntos. Livros, jornais, revistas, etc. Sabemos que é isso pode parecer um pouco chato, por isso, se você ainda não possui o hábito da leitura, comece pelos assuntos que você mais gosta ou que mais te agrada.


2 – Para enriquecer seu vocabulário, é necessário sempre, procurar o significado das palavras que não conhecer.


3 – Procure também fazer palavras cruzadas e exercícios de encontrar sinônimos para algumas palavras no texto.

segunda-feira, 7 de março de 2011

mais-mas

mais-mas
Classe Gramatical


•Mais: funciona morfologicamente com advérbio de intensidade.
Sempre soube que era mais romântico que ele.
A aluna mais inteligente é a Rita.


Cabe ressaltar que esta palavra também pode encerrar ideia de adição, soma. Veja:


Cinco mais cinco são dez!

•Mas: conjunção coordenativa adversativa, expressa ideia de oposição, contrariedade.
Reservou os ingressos, mas não os pagou.
Era bonitinha, mas ordinária.


Por funcionar como conjunção adversativa, pode ser substituída por "porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante". Assim:


Reservou os ingressos, todavia não os pagou.
Reservou os ingressos, contudo não os pagou.
Reservou os ingressos, no entanto não os pagou.
Reservou os ingressos, entretanto não os pagou.
Reservou os ingressos, não obstante não os pagou.

Tópicos da Linguagem

Tópicos da Linguagem




Na Língua Portuguesa existem não só palavras como também expressões de uso comum. Talvez por serem próximas, podem trazer dúvida quanto ao seu uso e ao seu emprego. Estudaremos algumas dessas palavras:


•HÁ x A
I. Quando a frase indicar tempo passado, emprega-se "há". Veja alguns exemplos:


Há dois meses que falta água.
Ele foi a São Paulo há um ano.
Há tempos não o vejo sorrindo.
Há dias que não me alimento.





II. Quando houver referência a tempo futuro, emprega-se "a". Observe:



Daqui a dois meses sairá o edital do Bacen.
Daqui a pouco terminarei a lição.
Ela voltará daqui a um ano.




•MAU x MAL
I. Emprega-se "mau", quando este for o antônimo de bom.



Escolheu um mau dia para falar a verdade.
Era um mau aluno.



II. Emprega-se "mal", quando este for antônimo de bem.



Nossa, acho que ela está passando mal.
Mal chegou e foi se sentindo o dono de tudo.



•À TOA x À-TOA
I. A locução à toa (sem hífen) indica circunstância de modo, logo é uma locução adverbial. O valor semântico é de "em vão; a esmo"



Ontem eu fiquei à toa em casa.


II. A locução adjetiva "à-toa" apresenta valores semânticos, tais quais: inútil, impensado, desprezível, insignificante...



Deixa de ser um à-toa e estude!
Esse é um sujeito à-toa.




•AFIM x A FIM
I. "A fim" é parte de uma locução prepositiva e apresenta valor semântico de "com o objetivo de"



Eu estudo a fim de ser aprovado.


Só estudo a fim de aprender cada vez mais.



II. "Afim" é um adjetivo, portanto variável. Apresenta valores semânticos de "semelhante, afinidade".



A filha é afim ao pai.
Eles têm conceitos afins

Os 125 erros de português para concursos

Para não começar este post do ZERO, maior parte dos erros (do 26 ao 125) foram copiados de um trabalho feito por André José Campos, estudante de Engenharia Civil, em 09/06/2006. O trabalho de André pode ser acessado clicando aqui.

Os primeiros erros da lista, foram adicionados por nós, baseados nos erros que mais vemos no messenger, orkut etc.

Se algum dos erros for, na verdade, um acerto. Por favor, comente e corrija! Não somos professores de português, mas buscamos conhecer melhor nosso difícil idioma.

Este post abre a campanha “NÃO MALTRATE O PORTUGUÊS”.

(Mal com L ou mau com U? hehehe “bons tratos”. “Maus tratos”. não seria mautratar? Xiii… e agora?! É com L, porque o contrário seria “bemtratar” (tratar bem). Ou não?)

01 – “Concerteza”. O certo é “com certeza“.
02 – “Kilo”. O correto é quilo. Se abrevia com ‘K’ (Kg), mas é quilo (quilograma). “Comprei dois quilos de arroz”.
03 – “Mais” – “Mais” é advérbio de intensidade -> “Dois mais um”. “Eu ia, MAIS não fui” é incorreto. “Eu ia, mas não fui” é o correto.
04 – “Degladiar” – O correto é “digladiar“. “Os partidos vivem a degladiar entre si”.
05 – “Lâmpadas Florescentes” – Florescente é o que floresce. Lâmpadas são FLUORESCENTES.
06 – “Fragrante”. Fragrante é um erro da categoria de probrema. O correto é “flagrante“.
07 – “Fez a pessoa soar”. Quem soa é sino. Quando uma pessoa transpira, ela SUA. O correto é “suar”.
08 – “O negro é descriminado”. Não! Ele é “discriminado“. Descriminar é absolver de um crime.
09 – “A polícia não interviu a tempo”. O correto é interveio. (verbo intervir – composto: inter / vir – passado de vir, ele veio. Então o passado de intervir é interveio)
10 – “Viemos por meio deste”. A conjugação do verbo vir, no presente da primeira pessoa do plural é “vimos“. “Vimos por meio
11 – “Vou ir”. É errado, não pelo tempo verbal, mas pela repetição do verbo ir.
12 – “Adevogado”. O correto é advogado. Tipo advertência. “D” mudo mesmo.
13 – “Acadimia”. O correto é academia.
14 – “Agente foi pescar”. Agente é o policial. A gente, no sentido de “nós”, é separado: “A gente foi pescar”.
15 – “A par / Ao par”. A par: é usada no sentido de “estar ciente”, “sabedor de”… ou ainda “ao lado de”, “paralelamente”. Ao par: tem sentido de “ao câmbio, ao preço, ao valor, à troca”. Termo habitualmente empregado na linguagem comercial.
16 – “Indiota.” O correto é idiota. “Você é um idiota”.
17 – “Churiço”. “O que é isso? CHOURIÇO“. Tem o “U” depois do “O”.
18 – “Beneficiente”. É correto é beneficente. “Amanhã irei ao jantar beneficente”.
19 – “Ela falou bastante coisas”. Bastante concorda com coisas, o correto é “bastantes coisas”
20 – “Menas”. O correto é menos. “Tenho menos moedas que você. Você tem menos provas que eu”.
21 – “Sombrancelha”. O correto é Sobrancelha.
22 – “Todo mundo”. Quase todo o mundo usa essa expressão de forma errada.
23 – “Chego”. Ele já tinha chego. ERRADO. O verbo trazer, assim como o verbo chegar, não apresenta mais de uma forma de particípio, como os verbos: salvar (salvado/salvo), aceitar (aceitado, aceito); entregar (entregado/entregue), dentre outros. O correto é chegado.
24 – “Denovo” . O correto é de novo.
25 – “Derrepente”. O correto é “de repente”.
26 – “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
27 – “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
28 – “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
29 – “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
30 – Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
31 – Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
32 – “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
33 – “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
34 – “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
35 – “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
36 – Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. /Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
37 – Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
38 – O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
39 – Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre
parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinqüenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
40 – Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
41 – Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
42 – Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
43 – “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
44 – “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
45 – Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
46 – Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
47 – Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
48 – Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
49 – O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
50 – A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
51 – Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
52 – “Porisso”. Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
53 – Não viu “qualquer” risco. É nenhum, e não “qualquer”, que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
54 – A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se)
55 – Soube que os homens “feriram-se”. O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou… O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto… / Como as pessoas lhe haviam dito… / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
56 – O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).
57 – Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
58 – “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
59 – O governo “interviu”. Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
60 – Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
61 – “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha para a Caixa você também. / Chegue aqui.
62 – A questão não tem nada “haver” com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
63 – A corrida custa 5 “real”. A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
64 – Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
65 – Foi “taxado” de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
66 – Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
67 – “Cerca de 18″ pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
68 – Ministro nega que “é” negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
69 – Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
70 – Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
71 – Lute pelo “meio-ambiente”. Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
72 – Queria namorar “com” o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
73 – O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não “junto ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não “junto aos”) leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon.
74 – As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
75 – Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
76 – Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
77 – Blusa “em” seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
78 – A artista “deu à luz a” gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
79 – Estávamos “em” quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
80 – Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
81 – Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
82 – O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
83 – À medida “em” que a epidemia se espalhava… O certo é: À medida que a epidemia se espalhava… Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
84 – Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
85 – Eles “tem” razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
86 – A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
87 – Não “se o” diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use:
Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
88 – Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas
econômico-financeiras, partidos social-democratas.
89 – Fique “tranquilo”. O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
90 – Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
91 – “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
92 – Favoreceu “ao” time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
93 – Ela “mesmo” arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
94 – Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).
95 – Vou sair “essa” noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
96 – A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
97 – A promoção veio “de encontro aos” seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
98 – Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
99 – Se eu “ver” você por aí… O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
100 – Ele “intermedia” a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele
intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
101 – Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “adequa”, “adeqüe”, etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
102 – Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, substituindo essas formas
por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”, “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.
103 – Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, “reavê”, etc.
104 – Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
105 – O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
106 – A tese “onde”… Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que… / A faixa em que ele canta… / Na entrevista em que…
107 – Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
108 – Venha “por” a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
109 – “Inflingiu” o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não “inflingir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
110 – A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
111 – Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso).
112 – O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
113 – Comprou uma TV “a cores”. Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
114 – “Causou-me” estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras).
115 – A realidade das pessoas “podem” mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não “foram punidas”).
116 – O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
117 – “Haja visto” seu empenho… A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
118 – A moça “que ele gosta”. Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
119 – É hora “dele” chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado… / Depois de esses fatos terem ocorrido…
120 – Vou “consigo”. Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não “para si”).
121 – Já “é” 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
122 – A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.
123 – “Dado” os índices das pesquisas… A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas… / Dado o resultado… / Dadas as suas idéias…
124 – Ficou “sobre” a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de:
Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
125 – “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.