segunda-feira, 23 de maio de 2011

Discurso direto, indireto e indireto livre

Discurso direto, indireto e indireto livre
Na narração de uma notícia, de um conto, num enunciado, num diálogo, ou quando estamos contando qualquer história, transmitimos a fala dos personagens mediante discurso direto, indireto e indireto livre.
No discurso direto, reproduzimos (ou pensamos reproduzir) textualmente a fala dos personagens (ou das personagens) com a ajuda de formas verbais como: disse, afirmou, respondeu, perguntou, retrucou ou sinônimos. A principal função desses verbos de dizer é indicar o interlocutor que está com a palavra. Esses verbos declarativos têm grande importância também no texto jornalístico.

“As denúncias são infundadas“, disse a ministra.
”Me orgulho muito de ter mentido porque mentir na tortura não é fácil. Salvei companheiros da tortura e da morte. (...) Não é possível supor que se dialogue no choque elétrico, no pau-de-arara. Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia”, afirmou a ministra da Casa Civil, em depoimento, quarta-feira p. p., no Senado.

Alguns verbos expressam emoção, estado de espírito, reação psicológica (gemer, gritar, suspirar, lamentar, queixar-se, explodir, reagir, gaguejar, balbuciar, berrar) e devem ser empregados no discurso direto, antepostos ou pospostos à declaração; esses verbos rejeitam a conjunção integrante:
“Mentir sob tortura não é fácil“, reage ministra.
No diálogo, a sucessão da fala dos personagens é indicada por travessão; outras vezes, pelos nomes dos interlocutores.

_ Sei lá, Floripes... Sei lá!
_ Mas o almoço será sempre servido à mesma hora, patrão?
_ Tanto faz. Minha vida, de hoje em diante, vai ser um domingão sem fim... (Aníbal Machado)

No discurso indireto, as nossas palavras ou as do nosso interlocutor são introduzidas pelo transpositor que, pela dubitativa se e pelos pronomes e advérbios de natureza pronominal quem, qual, onde, como, por que, quando. O narrador incorpora na sua linguagem a fala das personagens, transmitindo-nos apenas a essência do pensamento a elas atribuído. As falas acima poderiam assumir a seguinte versão em discurso indireto:

Floripes perguntou ao patrão se o almoço seria sempre servido à mesma hora.
Quando o verbo da fala está no presente do indicativo e o da oração justaposta, no pretérito perfeito, o primeiro passará para o pretérito imperfeito, mas o segundo não será alterado.
Discurso direto: - O Rio das Velhas vem vindo por aí, anunciou depois das primeiras horas de caminhada.
Discurso indireto: Depois das primeiras horas de caminhada, anunciou que o Rio das Velhas estava vindo...

Mantenha o presente do indicativo no discurso indireto, se ação declarada na oração integrante perdurar no momento em que se fala: Anunciou-lhe que o Rio das Velhas vem vindo por aí...
Se ambos estiverem no pres. do ind., continuarão no mesmo tempo e modo no discurso indireto.
Direto: – Ora veja! Estou livre agora, livre!, diz ele.
Discurso Indireto: Ele diz que está livre agora, livre.
Observe que, no indireto, usa-se o futuro do pretérito, em vez do imperfeito do indicativo, quando uma interrogação direta, com o verbo no presente, implica dúvida em relação a uma resposta afirmativa.
Direto: – E que vai fazer agora, patrão?
Indireto: Perguntou o que o patrão iria fazer agora.
- No estilo indireto livre ou semi-indireto, a fala de determinada personagem ou fragmentos dessa fala inserem-se discretamente no discurso indireto mediante o qual o autor relata os fatos.

“Sim, é verdade, pensou o homem, não devia ter vindo. O melhor de seu passado não estava ali, estava dentro dele. A distância alimenta o sonho. Enganara-se. Tal como Fernão Dias com as esmeraldas... “

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