A ORAÇÃO COMPLEXA
Em certos períodos por subordinação, se a oração subordinada representa um termo essencial ou integrante (subordinadas substantivas) ou um adjunto adnominal de valor restritivo (subordinada adjetiva restritiva) , a chamada “oração principal,”, sozinha, fica truncada e, em geral, totalmente desprovida de sentido, só perceptível quando se considera o conjunto.
É o que acontece em períodos como:
1º) “[Quem mais se afoga] é [quem melhor nada].” (L. Mota, Adagiário...), cuja “oração principal” se reduziria a é, uma vez que o sujeito e o predicativo (entre colchetes) têm a forma de orações subordinadas. Ou:
2º) “Os [que mais duvidam] são os [que menos sabem].”, em que a “oração principal” seria Os são os, sem qualquer sentido nem estrutura sintática.
É de todo desaconselhável, portanto, essa separação artificial. Em lugar de destacar uma teórica “oração principal”, considera-se o conjunto uma ORAÇÃO COMPLEXA (ou GERAL, ou COMPOSTA), como o faziam Sousa da Silveira e José Oiticica e como fazem linguistas de língua castelhana. (V., por exemplo, o lúcido artigo de Juan M. Lope Blanch citado na Bibliografia.) Assim se analisam essas orações complexas:
SUJEITO- Quem mais se afoga
PREDICADO- é quem melhor nada.
O sujeito é uma oração subordinada, que por sua vez assim se analisa: SUJEITO: Quem; PREDICADO: mais se afoga.
O predicado é nominal; é, verbo de ligação; o predicativo do sujeito é uma oração subordinada, que assim se analisa: SUJEITO: quem; PREDICADO: melhor nada.
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