quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Elipse

ELIPSE

Denomina-se ELIPSE a omissão, numa frase, de um termo facilmente subentendível, porque presente em nosso espírito:

“Pouco olho o céu, quase nunca a lua, mas sempre o mar.”
(L. Barreto, GS, 38.)

Caso muito comum de elipse é o do pronome pessoal sujeito, quando implícito na desinência verbal: estou= eu estou; fizestes= vós fizestes.
O termo omitido pode ser flexivo ou não:

“É impossível não saibas que o pássaro / caído em teu quarto por um vão da janela / era um recado do meu pensamento.” (Cassiano Ricardo, PC, 250.) [Estão elípticos a conjunção que e o pronome tu.]

“Afeiar as suas graças, parecia-lhe um crime; tirar orgulho delas, frivolidade.” (M. de Assis, AP. Gotardelo, EV, 79.) [Após delas, subtendem-se as palavras parecia-lhe uma.]

Pode o termo elíptico subtender-se numa flexão diferente: é o que se denomina ZEUGMA:

“Chamo-me Inácio; ele, Benedito.” (Machado de Assis, IBID.) [=ele chama-se Benedito.]
“Outros querem apanhar os que, no entender deles, manejaram o criminoso, assim como este o punhal.” (C. de Laet, “Microcosmo”, O País, 6-10-1915.) [Depois de este subentende-se manejou.]

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