terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Colocação pronominal

Colocação pronominal
Há uma série de regras que orientam a colocação pronominal no português. Os professores de antigamente repetiam a lição: “o ‘que’ atrai o ‘se’”. Essa é uma maneira simples de evitar grande parte das dúvidas que surgem na hora de escolher a posição dos pronomes átonos.
O “que” pode ter várias funções sintáticas, mas sempre (ou quase sempre) será um fator de próclise, o que quer dizer que “atrai” o pronome átono para perto de si. Não se diz, portanto, “que estabeleceu-se”. A construção natural na língua é “que se estabeleceu”. Há, entretanto, situações (raras) em que a ênclise (pronome depois do verbo) aparece depois do “que”. Isso ocorre quando temos frases interrogativas cujo verbo esteja no infinitivo. Assim:
Que dizer-lhe diante disso?
Vale lembrar que verbos no infinitivo impessoal convidam ao uso do pronome enclítico. Isso se observa também nas locuções verbais. Assim:
Há pessoas que podem fazê-lo.
Advérbios em geral também são fatores de próclise. Assim:
Ali se fala uma língua estranha.
Também se cumprimentam com um sinal de cabeça.
Talvez lhe digam a verdade.
Nunca se sabe.



Palavras de sentido negativo também requerem próclise:



Não me diga!

Ninguém lhe contou?

Jamais o faria.

Nem me fale!



Verbos no particípio e no futuro (do presente ou do pretérito) não admitem, em hipótese alguma, a ênclise. Não ocorre, por exemplo, uma construção como “tinha deixado-a". Opta-se por “tinha-a deixado” ou “Ele a tinha deixado”. Em vez de “farão-lhe”; “far-lhe-ão”; (pouco usado) ou “eles lhe farão";.

Há diversos outros casos, que serão abordados oportunamente. Evite iniciar frases com o pronome átono, coisa comum na linguagem falada, mas só no registro oral. Em vez de "Me pediu que viesse”, “Pediu-me que viesse”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário